A desnutrição é caracterizada por desequilíbrio na oferta de nutrientes para o corpo e relacionada a fatores sociais, fisiológicos e psicológicos.
A falta de nutrientes acarreta inúmeros problemas e, quanto mais grave o caso, mais graves podem ser as repercussões no organismo.
“É melhor prevenir, do que remediar” – diz o ditado.
Sendo assim, falaremos a seguir sobre estratégias de como evitar a desnutrição.

Do início: como evitar a desnutrição infantil?

Primeiramente, aleitamento materno para evitar a desnutrição infantil.
O aleitamento materno até os seis meses de idade é indicado para o bom desenvolvimento da criança e do sistema imune, prevenindo a desnutrição infantil.
Com a introdução alimentar, a comida do bebê já fica mais parecida com a comida de casa, com adaptações de tempero e textura, ao passo que, com um ano ele já poderá comer o mesmo que os adultos, e seguir o mencionado mais adiante. Converse com seu nutricionista.

E para crianças e adultos, como evitar a desnutrição?

Separei algumas dicas fáceis de aplicar no dia a dia para evitar a desnutrição e ter uma saúde equilibrada, vamos lá?

1) “Carro sem combustível para”: fuja das restrições!

Se você quer que o seu corpo funcione da melhor maneira possível, você tem que “abastecê-lo” com todos os grupos alimentares.
Então, a melhor forma de abastecer o corpo é comer regularmente, com qualidade e variedade, de preferência comida in-natura e com preparações caseiras!
Não se trata de comer qualquer coisa, mas também não é preciso “cortar” nada para ter um corpo saudável.
Do ponto de vista estético, dietas restritivas (com baixo teor calórico, certas low carb, sem glúten, sem lactose…) ajudam no emagrecimento e na redução de medidas, porém elas alteram o funcionamento natural do corpo e podem ser perigosas, já que podem levar a carências nutricionais e, consequentemente, à desnutrição.
Eu sou nutricionista e não recomendo dietas restritivas para emagrecer, quer saber por quê? Dá o play no vídeo abaixo:

2) Quanto mais natural, melhor!

Segundo o Ministério da Saúde, a nossa alimentação deve ser baseada em alimentos in natura e minimamente processados (como carnes, ovos, leite, frutas, verduras, legumes, arroz, feijão…).
Os alimentos processados (conservas em salmoura, massas, frutas em calda, geleias, carne seca, queijos, etc.), por sua vez, devem ser consumidos com parcimônia.
Já os alimentos ultraprocessados contêm muitos açúcares, gorduras, muitos aditivos alimentares que, do ponto de vista nutricional, não são interessantes para o nosso corpo.
Mesmo aqueles que dizem ser “ricos em ferro e valer por um bifinho” não são a melhor opção quando pensamos em como evitar a desnutrição: o melhor sempre vai ser COMIDA.
O consumo de alimentos processados é prático, já que são produtos prontos para consumir ou necessitam apenas de aquecimento.
Contudo, planejar, organizar a rotina e cozinhar podem lhe ajudar a fazer escolhas melhores na hora de comer. Isso não quer dizer que você deve banir os industrializados da sua alimentação, mas sim diminuir seu consumo.

3) Quanto mais variedade, melhor!

A variedade na alimentação é fundamental. Uma boa forma de verificar isso é pela cor dos alimentos no seu dia a dia. O prato colorido é indicativo de que você acertou nas escolhas e de que o seu corpo estará nutrido.
Quando for montar suas refeições, pense na combinação de alimentos energéticos, construtores e reguladores (EN.CO.RE, para facilitar). O ideal é que tenha pelo menos um representante de cada grupo em cada refeição.
Aqui vai uma definição rápida:

• Os alimentos energéticos são ricos em carboidratos e gorduras – batata, arroz, massas, pães, manteiga, aveia, abacate, açúcar, mel, azeite.
• Já os construtores são fontes de proteína – carnes, ovos, leite e derivados, feijão, grão de bico, lentilha, ervilha.
• E, por fim, os reguladores, que são fonte de fibras, vitaminas e minerais – frutas, legumes e verduras.

Portanto, aquela feijoada que sua mãe faz – com arroz, feijão preto, couve e laranja – pode ser uma boa pedida quando pensamos em como evitar a desnutrição. Tudo com moderação, claro!
Essas orientações são gerais e se aplicam a todas as faixas etárias após 2 anos de vida e sempre respeitando as dicas do seu profissional de saúde se tiver algumas restrições.

4) Fique atento!

O emagrecimento aparente, sem fazer dieta, é o sinal mais característico da desnutrição.
Mas as carências nutricionais e o início da desnutrição também podem ser verificados por outros sinais e sintomas, como:

• cabelo opaco e quebradiço
• unhas fracas
• pele seca e descamada
• dificuldade para recuperar de resfriados
• infecções recorrentes
• diminuição da temperatura corporal
• cansaço
• falta de concentração
• irritabilidade
• apatia
• diarreia permanente

Deste modo, a realização de exames periódicos pode identificar qualquer tipo de carência logo no início e, assim, contribuir para evitar a desnutrição.
No caso das crianças, a Organização Mundial da Saúde estabeleceu parâmetros para acompanhar o crescimento com relação à idade, peso e estatura.
Com a constatação de baixo peso para a idade, por exemplo, é possível identificar a desnutrição na fase aguda, e intervir nos fatores causais. Esse acompanhamento é de extrema importância e evita que a desnutrição surja e interfira no crescimento e desenvolvimento da criança.
Como a terceira idade também é uma faixa mais vulnerável à desnutrição, é importante observar com atenção os hábitos alimentares.
Se o idoso vive sozinho ou está em casa de repouso, é preciso saber como são preparadas as refeições e se são feitas com regularidade. Em alguns casos, uma simples mudança de consistência das preparações pode facilitar a mastigação e a deglutição e, consequentemente, evitar a desnutrição.
Cabe acrescentar que a busca pelo emagrecimento, que falamos no começo e a necessidade de se encaixar em padrões estéticos, pode tornar-se obsessiva, transformando-se em transtorno alimentar. Portanto, cuidado! Ao perceber os sinais característicos de transtorno alimentar, procure ajuda especializada.

Corpo nutrido, corpo feliz!

Resumindo, aposte em alimentos frescos e variados, sem restrições e fique atento ao seu corpo. Assim, além da desnutrição, é possível evitar diversas doenças e garantir mais saúde e qualidade de vida!
Estar em paz com a comida é a chave para usar a alimentação como um fator positivo na sua saúde. Comer deve ser um ato de prazer e não de culpa e estresses.
Nem sempre é fácil fazer as pazes com o alimento, por isso, para te ajudar nesse processo eu criei a metodologia Efeito Sophie e reuni várias dicas práticas (como as acima) em um programa online de seis semanas.
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Bon appétit!
Agora que você já viu as dicas sobre como evitar a desnutrição, veja também esses conteúdos abaixo que separei para você. E lembre-se, busque sempre um especialista para um diagnóstico preciso.

• Você tem medo da sua fome?
• Comer para emagrecer: sim, essa é a fórmula!
• O que é anorexia? Você conhece os sinais de alerta?

E você? Quais estratégias tem usado para evitar a desnutrição? Compartilhe comigo nos comentários abaixo: