Livrar-se do peso, das paranoias diante da comida, das dietas e do efeito sanfona. Essa é a imagem que muita gente faz sobre a cirurgia de redução de estômago: como se ela fosse a solução definitiva contra a obesidade. De fato, reduzir o tamanho do órgão limita a ingestão de alimentos e o emagrecimento é brutal.
O método tem sido visto como uma solução cada vez mais comum e existem casos de pessoas que até topam passar por um período de “engorda” para poder se encaixar nos critérios que determinam quem pode ou não ser operado.
Por isso, hoje quero falar um pouco sobre o quão complexa é essa intervenção e ampliar um pouco a consciência sobre as mudanças que ela acarreta no estilo de vida.
Quando bem indicada, feita a partir de uma extensa análise clínica, a cirurgia de redução de estômago pode ser um tratamento contra a obesidade. No entanto, ela não pode ser banalizada. Não existe mágica, e sim, um trabalho árduo do paciente e da equipe composta por cirurgiões, nutricionistas e psicólogos.
Além disso, quem regula nossa fome e nosso peso é o cérebro, não o estômago. Por isso, é importante estar ciente de que operar o estômago não muda automaticamente a relação da pessoa com a comida se ela não estiver efetivamente aberta para mudar hábitos e para abandonar antigas crenças.
Estamos falando de um procedimento altamente invasivo, que acarreta não só mudanças externas, mas também internas – o metabolismo é completamente alterado. E, por isso, a mente do paciente também tem que mudar, senão os quilos podem voltar e a frustração será grande. Este pode ser, inclusive, a porta de entrada para transtornos alimentares.
Cirurgia de redução de estômago: o que muda?
A cirurgia mais praticada no Brasil é o Bypass gástrico, que combina o grampeamento do estômago a um desvio intestinal. Imagine que, em média, um estômago normal consegue armazenar cerca de 1,5 litro. Após a cirurgia, esta capacidade é reduzida.
Isso significa que, mesmo que o paciente tenha vontade de comer as coisas que comia antes da cirurgia, e na quantidade que consumia, não irá conseguir. Dá um verdadeiro nó na cabeça se o lado psicológico do ato de comer não for tratado criteriosamente.
Além da ingestão calórica reduzida pela limitação de espaço, o alimento fica menos tempo em trânsito intestinal, o que faz com que a absorção de nutrientes seja menor. Isso provoca uma perda de peso que pode ser de até 70% a 80% do peso inicial.
Mas não são só quilos que se perdem, também surgem os riscos das carências nutricionais. Com isso, o paciente pode ter sintomas como queda de cabelo e de dentes, além de uma série de outras complicações.
Para garantir o aporte de vitaminas necessário para o bom funcionamento do corpo, ele deverá usar suplementos alimentares e ter acompanhamento médico e nutricional para o resto da vida.
O programa Efeito Sophie trabalha diretamente esse ponto: a transformação da relação entre indivíduo e comida. Se você tenta a anos ter uma vida mais saudável e sem os quilinhos a mais, está na hora de repensar a sua forma de relação com a comida. Em uma programa de seis semanas, você aprenderá através de atividades e exercícios como mudar essa relação. Conheça o programa Efeito Sophie e tenha sucesso nessa caminhada.
Corpo novo, cabeça nova
Dos primeiros seis a doze meses de cirurgia, o paciente vive o que chamamos de “lua de mel”. Está contente vendo os quilos ir embora facilmente e ganhando autoestima! Este é um bom momento para rever hábitos e trabalhar com muito carinho o lado comportamental.
O acompanhamento comportamental deveria idealmente começar antes mesmo da cirurgia de redução de estômago, e talvez seja uma das partes mais difíceis, pois a pessoa precisa deixar para trás hábitos carregados durante toda uma vida.
Afinal, de nada adianta ter um corpo novo, como uma cabeça antiga. Como eu disse, a cirurgia não faz milagre! E os quilos podem voltar se essa relação com a comida não for reavaliada.
O que vai garantir um peso saudável é o estilo de vida que este paciente vai levar após a cirurgia. Ele precisará aceitar um novo ritmo de mastigação, aprender a apreciar o sabor das coisas com mais serenidade, sem pressa. Entender e respeitar o sinal de fome e saciedade, e, sobretudo, tentar não comer por motivos emocionais.
Melhorar a rotina e a qualidade da alimentação, colocando mais comida fresca e caseira no prato. Sem ter que dividir os alimentos entre “bons” ou “ruins”, sem terrorismo nutricional.
São coisas que eu recomendo para todos os meus pacientes, não só para os que estão se preparando para fazer a cirurgia de redução de estômago ou para os que já fizeram. São dicas úteis para todas as pessoas!
Reflita sobre essas coisas antes de cogitar fazer uma cirurgia e, se já passou pelo procedimento, esteja acompanhado de profissionais de qualidade para que a sua cabeça acompanhe as mudanças deste novo corpo!
Agora que você já sabe como a cirurgia de redução de estômago pode afetar afetar sua vida, confira também estes outros artigos que separamos para você: