O QFA – questionário de frequência alimentar é uma ferramenta a partir da qual o paciente é apresentado a uma lista de alimentos e convidado a contar com que frequência cada item é consumido.
O QFA na nutrição pode ajudar a identificar problemas relacionados ao tipo de alimentação do paciente.
Neste artigo, vamos falar sobre como funciona essa importante ferramenta nutricional e dar dicas sobre como utilizá-la no consultório. Confira!
O que é um QFA e para que serve?
O QFA – questionário de frequência alimentar é muito utilizado em estudos epidemiológicos, pois a partir dele é possível avaliar a intensidade com que as pessoas são expostas a determinados alimentos, além de fazer associações entre o consumo alimentar e o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, que podem ter relação com a alimentação.
No entanto, o QFA na nutrição também pode ser um bom instrumento quando utilizado no consultório, pois além de prático, permite estimar a alimentação habitual ao longo das últimas semanas, meses ou anos.
Com isso, temos informações menos precisas, pois não sabemos horários, nem quantidades consumidas, mas temos uma visão geral do consumo habitual. E dependendo das particularidades do paciente, isso pode ser mais importante do que avaliar a alimentação pontual, de um ou alguns dias.
Se está interessado em saber mais sobre o QFA e como usá-lo para avaliar o consumo alimentar do seu paciente, continue acompanhando!
Como avaliar o consumo alimentar com o QFA?
Para avaliar o consumo alimentar, o QFA utiliza uma lista de alimentos e a frequência em que são consumidos (diariamente, semanal, quinzenal, mensal, etc.).
Essa lista pode ser elaborada com base em um recordatório 24 horas, registro alimentar ou diário alimentar do paciente. Também é possível utilizar um QFA validado e já existente.
Em qualquer uma das opções, é muito provável que nem todos os alimentos consumidos pelo paciente estejam listados, por isso é importante incluir itens de acordo com o que se deseja avaliar e que façam parte do hábito do paciente.
Caso opte por fazer uma lista de alimentos específica, uma boa ideia é ter como base o Guia Alimentar para a População Brasileira. A partir dele, o profissional seleciona e insere no QFA ingredientes culinários, alimentos in natura, minimamente processados, processados e ultraprocessados, que devem ser consumidos em menores quantidades, como mostro neste vídeo:
Caso seu paciente tenha alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, sugiro fazer um QFA para identificar o consumo de alimentos que apresentem açúcares e sódio escondidos.
Além disso, outras informações podem ser adicionadas ao QFA, como as porções consumidas, de modo que ele é classificado em 3 tipos:
- a) Qualitativo: são obtidas informações apenas da frequência com que os alimentos são consumidos, mas não sobre as quantidades.
- b) Quantitativo: é solicitado ao paciente que relate a porção usual de cada alimento listado. Ele pode descrever a porção consumida, ou avaliar seu consumo em pequeno, médio ou grande em comparação a uma porção média definida.
- c) Semiquantitativo: o paciente é apresentado a uma porção de referência para cada item, e o consumo é estimado a partir dela. O profissional pode questionar: “Com que frequência você consome uma fatia de bolo?”, ou perguntar sobre a frequência com que consome o alimento e sobre o número de porções usualmente consumidas.
Dicas para usar o QFA no consultório
Agora que você já sabe como avaliar o consumo alimentar utilizando o QFA, tenho 3 dicas para ajudar você a usar esse instrumento no atendimento do seu paciente.
1. Tenha o QFA como um meio e não como fim
O QFA pode ajudar a identificar elementos do consumo alimentar a serem trabalhados em uma terapia nutricional. Por exemplo, permite perceber que o consumo de alimentos in natura está diminuído, ou levar à investigação dos motivos porque o paciente não consome frutas e hortaliças.
No entanto, o QFA, como qualquer outro instrumento utilizado para avaliar o consumo alimentar, deve ser visto como uma parte da consulta, portanto não será um problema se o profissional não conseguir ou não desejar utilizá-lo.
2. Avalie se é um bom método para o seu paciente
Não é em todos os casos que o QFA será uma boa opção durante o atendimento. Pense em alguém que sofre com um transtorno alimentar, como a anorexia. Para essa pessoa é bem provável que o QFA não seja eficiente, nem apropriado.
O mesmo pode acontecer com os pacientes que sofrem de pica, um transtorno alimentar em que a pessoa deseja e consome substâncias não alimentares e não nutritivas (cabelo, giz, sabão, etc.). Nesses casos, o QFA não permitirá identificar o consumo dessas substâncias e outros instrumentos, como o diário alimentar, provavelmente trarão melhores resultados.
3. Lembre que o mais importante que o método utilizado, é o respeito pelo paciente
Mais importante que o método escolhido para avaliar o consumo alimentar do paciente, é o profissional demonstrar respeito pelo paciente. Isso é imprescindível e diz respeito a usar métodos com clareza e de fácil compreensão, sem julgamentos e deixando o paciente à vontade.
Como colocar o QFA em prática?
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Ao publicar “O Peso das Dietas”, notei uma necessidade de colegas da área de se atualizarem na ciência da Nutrição em relação ao peso, obesidade e transtornos alimentares, além da área comportamental – algo que ainda não é estudado nas faculdades.
O meu objetivo é apresentar uma Nutrição com Ciência e Consciência e fornecer ferramentas para um atendimento mais personalizado e humanizado, com foco na mudança do comportamento e na construção de uma relação mais saudável com a comida.
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Referências
KAC, Gilberto. SICHIERIL, Rosely. GIGANTE, Denie Petrucci. Epidemiologia nutricional. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007.
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