A adolescência é um momento lindo da vida, mas ao mesmo tempo extremamente delicado e nós, os pais, devemos ficar muito atentos à forma como se dá essa transformação na criança. Hoje falaremos aqui sobre a anorexia na adolescência!
Nossos filhos e filhas estão o tempo todo conectados às telinhas e crescem mais vulneráveis às influências dos padrões estéticos atuais. Muitas são as mensagens sobre alimentação, corpo sarado, magreza, corpo ideal… como se aqueles que não se encaixam nesse padrão não pudessem ser aceitos pela sociedade.
A origem da anorexia na adolescência
Em função dessa pressão, muitas meninas e meninos acabam por desenvolver uma obsessão pela magreza e pelo corpo ideal apelando para dietas da moda, seguindo dicas malucas de alimentação, fazendo exercícios de forma excessiva e até nociva. Nesse contexto, adicionando uma pitada de predisposição genética, e um contexto emocional desfavorável, podem ser desenvolvidos os transtornos alimentares.
A anorexia é um transtorno alimentar grave que merece muita atenção pois é uma das doenças psiquiátricas que mais mata. Se antes era considerada uma doença restrita apenas a meninas ricas e inteligentes, hoje já pode ser diagnosticada em pessoas de todas as classes sociais, meninas e meninos, homens e até mulheres mais maduras. É acreditado que esse aumento da prevalência da anorexia tenha muito a ver com essa cobrança, da nossa sociedade, pelo corpo ideal.
A puberdade é uma fase em que a criança está em desenvolvimento e é um dos momentos da vida em que o corpo cresce muito e esse crescimento é acompanhado por muita fome, é claro! Eu gosto de orientar os pais para que respeitem essa fome, porque é uma fome normal, necessária para o desenvolvimento, e se for feita dieta nessa fase, pode desregular a fome, causando o comer excessivo, o comer escondido, o comer emocional e até despertar transtornos alimentares.
Eu costumo dizer que nem toda dieta resulta em transtorno alimentar, mas quase todo transtorno alimentar começa com uma dieta!
A anorexia é um desses transtornos e ela dá sinais. É muito importante os pais ficarem atentos se seu filho ou filha apresentar esses sinais, pois quanto mais cedo as pessoas procurarem ajuda, mais rápida será a recuperação; o importante é não deixar a doença se cronificar!
Os primeiros sinais são uma preocupação excessiva com o corpo e com a imagem corporal, medo mórbido de engordar; obsessão em emagrecer e um padrão alimentar transtornado, que inclui fazer e falar constantemente sobre dietas, excluir grupos alimentares considerados engordativos (como as gorduras e carboidratos), negar a fome, pesar-se constantemente, contar calorias e preocupar-se com o valor nutricional dos alimentos.
A partir daí, ocorre uma perda de peso importante motivada por essa insatisfação corporal por consequência da diminuição da ingestão alimentar que pode vir acompanhada de métodos purgativos, como ingestão de laxantes e diuréticos, vômitos provocados após as refeições e prática de exercícios extenuantes com o objetivo de queimar as calorias ingeridas. Comportamentos depressivos, controladores e ansiedade, também acompanham o curso dessa doença.
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Todas essas práticas e a perda de peso também acarretam sérias consequências psicológicas, sociais e metabólicas, podendo comprometer gravemente a saúde da pessoa.
É muito importante esclarecer que a anorexia não é apenas uma questão de vaidade desencadeada pelo padrão estético imposto, mas que existe uma série de variáveis psicológicas e genéticas envolvidas na causa dessa doença, e que feridas emocionais importantes são peças fundamentais a serem consideradas.
Portanto, pais, fiquem atentos! Transtornos alimentares são doenças psiquiátricas complexas e que precisam de profissionais aptos para tratá-la.
Converse com seu filho, e se a comunicação estiver difícil, pergunte aos amigos dele. Nessa idade, os amigos normalmente são os primeiros a perceber algo de estranho e a presença de um problema. Na dúvida, procure ajuda do seu pediatra, nutricionista ou psicoterapeuta.
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