É comum acreditar que existe vício em açúcar e chamar esse alimento de droga e veneno. Inclusive, é possível encontrar muitas informações nas mídias sobre como superar essa suposta dependência.
Mas será que o açúcar é realmente viciante?
Aqui, vamos desmistificar esse mito de uma vez por todas.
Vem comigo!
Vício em açúcar existe mesmo?
Dizem que o açúcar vicia e até fazem comparações desse alimento com drogas. No entanto, se você acredita que é viciado em açúcar, saiba que isso é um mito.
Os seres humanos têm uma predileção pelo açúcar, que se trata de uma característica adaptativa fundamental para a evolução da nossa espécie. O açúcar é uma fonte de energia rápida e provavelmente foi de grande importância para o Homo sapiens nos períodos de escassez.
No entanto, o açúcar não é importante apenas por fornecer energia, mas também por proporcionar prazer. É inegável: nós adoramos doces! Quando sentimos o gosto açucarado de algum alimento, os níveis de neurotransmissores que atuam no prazer e na recompensa (como a dopamina e a serotonina) aumentam.
Sabe-se que algo semelhante acontece no corpo com o uso de cocaína e, por isso, surgiu a ideia de que vício em açúcar existe. No entanto, o mesmo acontece quando ouvimos música e nem por isso dizemos que música vicia.
Também sabemos que algumas pessoas acabam necessitando de quantidades de açúcares cada vez maiores para alcançarem a satisfação. No entanto, isso não torna o açúcar uma droga. Não precisa evitar o açúcar a todo custo nem pensar em como não comer doce, pois não existem estudos científicos que comprovem essa ideia.
Vício em açúcar é mito, mas cuidado com o excesso!
Até aqui você percebeu que a ideia de vício em açúcar é um mito. No entanto, pode sentir muita vontade de comer doce e um certo descontrole diante de alimentos com açúcar e, com isso, acreditar que a solução é cortar totalmente os alimentos doces.
Veja só, quando nos proibimos de algum alimento, a tendência é que essa restrição leve a um forte desejo pela comida proibida. É como aquele ditado: tudo o que é proibido é mais gostoso!
Dessa forma, acreditar que açúcar vicia e fazer restrições pode acabar resultando em um consumo excessivo quando a pessoa se autoriza a comer.
Aí que está o problema. Açúcar não é veneno, nem droga, mas o seu excesso pode contribuir para doenças crônicas, como diabetes e obesidade.
Nesse contexto, a indústria de alimentos também tem uma grande responsabilidade pelo excesso de açúcar. Na verdade, é mais apropriado falarmos em açúcares, no plural, uma vez que existem quase 100 denominações diferentes para se referir ao açúcar, como frutose, xarope de glicose, açúcar invertido, maltodextrina, entre outras. Esses açúcares estão muito presentes em alimentos ultraprocessados, até mesmo naqueles que não têm sabor doce.
Como consumir menos açúcar e manter o prazer na alimentação?
Como pode ver, acreditar que vício em doce existe e cortar totalmente o açúcar pode contribuir ainda mais para seu consumo exagerado.
A solução é consumir açúcar com moderação, pois um pouco dele não é prejudicial e pode fazer parte de uma alimentação saudável, até mesmo de pessoas com diabetes.
Mas então, o que fazer para reduzir o consumo de açúcar? É importante prestar atenção ao que você consome. Se a sua alimentação inclui muitos alimentos ultraprocessados, é provável que você esteja ingerindo uma quantidade excessiva de açúcar.
Assim, uma grande aliada é optar por mais comida caseira e fresca, o que pode contribuir para comer melhor e ajudar a diminuir os ultraprocessados, consequentemente, reduzindo também a ingestão de açúcar.
Também é importante desacostumar o paladar e fazer um desmame do açúcar. Por exemplo, se você coloca duas colheres de chá de açúcar no seu café, experimente usar apenas uma e depois vá reduzindo para 1 colher de café.
Além disso, quero deixar claro que não adianta trocar o açúcar branco pelo mascavo ou demerara. Esses tipos de açúcares são menos refinados e contêm mais nutrientes, mas em relação à quantidade de açúcar, não há diferença. Se você gosta deles, pode consumir, mas com a mesma moderação.
Fazer a troca por adoçantes está longe de ser a solução. É comum acreditar que são mais saudáveis e podem ser consumidos livremente porque não têm calorias, mas eles não são sem efeitos na nossa saúde e também não devem ser usados em excesso.
Por fim, além de abandonar a ideia de que vício em açúcar existe, lembre-se de que o prazer é muito importante para uma alimentação saudável. Comer com satisfação pode, na verdade, ajudar a comer com moderação, enquanto a culpa ao comer tende a nos levar a exageros.
Portanto, quando sentir vontade de comer algo doce, permita-se apreciar com prazer e sem culpa. Ao entender que você pode consumir açúcar sempre que desejar, fica muito mais fácil desfrutar desses momentos e saborear quantidades moderadas.
Saiba mais!
Agora que já sabe que vício em açúcar não existe, convido você a conhecer o meu curso online Efeito Sophie!
Nele, eu não vou falar sobre as últimas dietas da moda, alimentos milagrosos ou fórmulas mágicas de emagrecimento. Até porque não acredito em nada disso!
A minha missão é te ajudar a fazer as pazes com a comida e corpo, a identificar o seu comportamento e relacionamento diante da comida. Para que, enfim, você possa encarar a alimentação como algo prazeroso, sem estresses e muito menos culpa.
Com algumas dicas práticas, sempre focando na sua saúde e no seu bem-estar, você poderá alcançar o SEU peso saudável, de forma gradual e duradoura. O peso é consequência da sua saúde.
Vamos juntos nessa?
→ Se inscreva e comece hoje mesmo o curso online Efeito Sophie! ←
Não é o melhor momento para fazer o curso? Não tem problema! Te convido a ler meus livros O Peso das Dietas, os 7 pilares da saúde alimentar e Pare de engolir mitos, assistir uma das minhas próximas palestras ou mesmo agendar uma consulta se precisar de um acompanhamento mais personalizado.
Bon appétit!
Referência
DERAM, Sophie. Pare de engolir mitos. 1. ed. – Rio de Janeiro : Sextante, 2024.
Se gostou deste artigo sobre vício em açúcar, então também vai gostar destes posts que separei para você:
