Ao realizar uma consulta nutricional de gestante, o nutricionista deve:
- Começar com uma boa anamnese nutricional;
- Avaliar o peso da gestante, sem julgamentos;
- Acolher a gestante;
- Focar em uma alimentação de qualidade e sem restrições;
- Orientar a gestante a ouvir seus sinais de fome e saciedade;
- Buscar conhecimento.
Durante a gestação o corpo da mãe sofre diversas transformações fisiológicas, hormonais e metabólicas para abrigar e proporcionar um desenvolvimento adequado ao bebê.
Portanto, a alimentação é muito importante nesse ciclo de vida e uma consulta nutricional da gestante pode contribuir bastante com a saúde da mãe e do bebê, proporcionando uma gestação mais tranquila.
É importante que o nutricionista leve em consideração as particularidades do período da gestação e da gestante em si para um atendimento respeitoso e eficaz.
Para isso, trago aqui 6 dicas que podem guiar você durante a consulta nutricional da gestante.
Vamos lá?
Consulta nutricional da gestante: 6 dicas para aplicar no consultório
1 – Comece com uma boa anamnese nutricional
A anamnese nutricional diz respeito à história de vida da paciente. Ela deve conter informações gerais da pessoa atendida, queixas, exames, avaliação física, etc.
Tenho um modelo de anamnese nutricional que pode ajudar bastante na consulta nutricional da gestante. Clique na imagem para baixar:
A essas informações você pode adicionar outras de suma importância para a gestação, como a data da última menstruação e a semana gestacional, além de uma avaliação nutricional específica para gestante.
2 – Avalie o peso da gestante sem julgamentos
Por falar em avaliação nutricional da gestante, um dos elementos que devem estar incluídos nela, além do diário alimentar ou outro tipo de registro sobre a alimentação, é a altura e o peso.
Nesse momento, esses dois elementos são utilizados para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e o seu valor é analisado a partir de um gráfico de acompanhamento nutricional (ou gráfico de Atalah) para identificar se a gestante está com peso adequado, baixo peso, sobrepeso ou obesidade.
Como sabemos, o IMC não é o indicador mais fidedigno para avaliar a saúde, mas pode ajudar bastante na consulta nutricional da gestante, principalmente se considerarmos também os exames físicos, laboratoriais e a estimativa do peso do bebê verificada na ultrassonografia.
De qualquer forma, é bom lembrar que o peso é um elemento muito delicado para várias pessoas e pode ser ainda mais durante a gestação.
Por isso, em caso de baixo peso ou excesso de peso as causas devem ser bem investigadas e é importante conversar com a mãe sobre isso, fornecendo orientação nutricional para as gestantes de acordo com cada caso, sem julgá-las por estar ganhando peso demais ou por não estar adquirindo o peso esperado.
3 – Acolha a gestante
Para uma boa consulta nutricional da gestante, a paciente precisa sentir-se confortável. Isso tem relação com o modo como o profissional se comunica durante a consulta, criando vínculos, passando confiança e também demonstrando interesse pelo que a gestante fala, pelas suas dúvidas, anseios e preocupações.
Por outro lado, o acolhimento também diz respeito a uma comunicação não verbal, e inclui o próprio ambiente. Por isso, sugiro que torne o seu espaço de atendimento aconchegante, com cadeiras confortáveis e evite atrasos no atendimento.
4 – Foque em uma alimentação de qualidade e sem restrições
Essa dica pode ser óbvia para você, já que dietas restritivas não fazem bem para ninguém e muito menos para as gestantes, mas não faz mal reforçar.
Mesmo que a gestante apresente excesso de peso, ela não deve, em hipótese alguma, utilizar estratégias para perda de peso. Em vez disso, deve ser realizado um planejamento para um ganho de peso que considere sua condição.
Portanto, nada de restringir grupos alimentares ou nutrientes. O bebê precisa deles para se desenvolver de forma saudável e ter um crescimento adequado.
Por isso, pense com a gestante formas de melhorar a sua alimentação, ajudando-a a consumir mais comida caseira composta por alimentos de todos os grupos alimentares, com prazer e sem culpa!
5 – Oriente a gestante a ouvir seus sinais de fome e saciedade
Para contribuir com uma alimentação de melhor qualidade, é importante que a mãe seja orientada durante a consulta nutricional da gestante a comer ouvindo seus sinais de fome de saciedade.
Ou seja, ela deve comer quando está com fome e parar de comer quando se sentir satisfeita. Assim, também será possível identificar o comer emocional, ou seja, quando ela busca alimentos por ansiedade ou nervosismo e, assim, pensar estratégias e soluções para lidar melhor com isso.
Falo mais sobre o comer emocional neste vídeo do meu canal:
6 – Busque conhecimento
O período da gestação provoca diversas mudanças no organismo da mulher. Por isso, para a consulta nutricional da gestante é importante que o profissional nutricionista busque conhecimento técnico e científico e esteja sempre atualizado.
Essa também é uma forma de passar confiança para a gestante e deixá-la mais tranquila. Leia, estude, busque cursos e especialize-se!
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Referência
ALVARENGA, Marle et al. Nutrição Comportamental. 2.ed. Barueri – SP: Manole, 2019.
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