Anamnese Nutricional é um questionário que permite conhecer melhor um paciente, por meio de perguntas sobre sua alimentação, saúde, hábitos de vida etc. Baixe aqui um modelo de anamnese nutricional em pdf pronto.
A anamnese nutricional também pode ser chamada de história de vida e é uma etapa muito importante do atendimento.
É a partir de uma anamnese nutricional personalizada que o nutricionista adquire informações do paciente sobre:
- diagnóstico;
- exames laboratoriais;
- avaliação física;
- sintomas e queixas;
- questões socioculturais e financeiras;
- prática de atividade física;
- fatores biológicos e emocionais
- e tudo o mais que pode ter relação com a alimentação.
Na Nutrição clássica é comum o uso de uma ficha de anamnese nutricional com perguntas fechadas que devem ser feitas ao paciente, geralmente com o intuito de realizar uma avaliação que será útil para a prescrição de uma dieta focada na ingestão de nutrientes.
No entanto, explorar a história de vida pode ir bem além disso e ser usada para se aprofundar no comportamento alimentar do paciente. Ou seja, identificar por que e como ele come, e não apenas o que come.
Por isso, trago aqui 6 dicas para você realizar uma anamnese nutricional ampliada, que considere diversos aspectos relacionados à alimentação.
Vamos lá?
Como elaborar uma anamnese nutricional ampliada
1. Acolha o paciente
Antes de iniciar a anamnese nutricional propriamente dita é necessário que o paciente se sinta acolhido e tenha confiança para tratar da sua história de vida.
Para isso, até mesmo a atmosfera do local de atendimento deve ser acolhedora. Ou seja, é importante que não existam ruídos, que a temperatura do ambiente seja adequada e as cadeiras confortáveis e adequadas para pessoas de todos os tamanhos.
Além disso, para ajudar o paciente a sentir-se realmente acolhido e aberto para falar de si, o profissional deve utilizar uma linguagem simples e clara, evitando termos técnicos desnecessários.
2. Use perguntas abertas
Em vez da tão utilizada ficha de anamnese nutricional com diversas perguntas fechadas, você pode ter o seu próprio modelo de anamnese nutricional, com perguntas abertas e pontos importantes a serem investigados.
Isso não quer dizer que não possam existir perguntas fechadas em sua anamnese nutricional. No entanto, elas tendem a limitar a possibilidade de respostas, enquanto as perguntas abertas permitem mais possibilidades, são mais convidativas e podem ajudar o paciente a abrir-se quanto à sua história de vida.
Lembre-se que nem tudo precisa ser perguntado e respondido em um único contato com o paciente. Informação em excesso pode atrapalhar mais do que ajudar. Fique tranquilo, de acordo com o desenrolar da consulta ficará mais claro o que parece ser mais importante nessa avaliação.
3. Exercite a escuta
Escutar é uma tarefa que exige bastante prática, pois vai além do que o paciente fala. Diz respeito a acolher as queixas e a entender o que está sendo dito nas entrelinhas.
Por trás de alguém que apresenta uma compulsão alimentar ou um comer emocional podem existir diversas questões implícitas no discurso do paciente. Cabe ao nutricionista desenvolver uma escuta qualificada que contribua para a compreensão dos motivos de seu comportamento alimentar, levando à consequente mudança de hábitos.
4. Não foque no peso
Uma anamnese nutricional pode ter a avaliação antropométrica (peso, altura, IMC, circunferência da cintura, etc.), se necessário.
Inclusive, como sabemos, o peso é muito utilizado como indicador do sucesso da terapia, uma vez que uma grande parte das pessoas procuram um nutricionista com o objetivo de perder peso.
No entanto, é imprescindível deixar claro que o foco do tratamento é a mudança de comportamento e não o peso, por isso estou sempre falando para os pacientes no meu consultório que subam menos na balança.
Os motivos você encontra neste vídeo:
Além disso, subir em uma balança pode ser um martírio para muita gente. Evite aferições e medidas no início da consulta.
Também é importante pedir permissão ao paciente durante a anamnese nutricional antes de conversar sobre o que ele pensa e sente em relação ao seu peso, como recomenda o guia canadense de tratamento da obesidade (Canadian Adult Obesity Clinical Practice Guidelines).
5. Fale de comida sem julgamentos
Quando fizer perguntas referentes à quantidade de comida consumida, vício em comida, horários em que as refeições são realizadas e sobre o que o paciente gosta de comer, não faça julgamentos.
Por exemplo, se a pessoa que está sendo atendida fica muito tempo sem se alimentar ou come em exagero, não será a partir de críticas que ela mudará seus hábitos.
Busque compreender seus motivos para pensarem juntos em soluções.
6. Organize as informações
Cada profissional realiza a sua anamnese nutricional de acordo com sua própria conduta e habilidades. Não existe uma receita de bolo para isso. No entanto, alguns instrumentos podem ajudar a organizar as informações obtidas na consulta.
Uma dessas ferramentas é o diagrama de círculos, no qual o nutricionista preenche os círculos com as queixas do paciente em relação à alimentação e saúde.
Lembre-se de pedir permissão ao paciente para fazer anotações, para que ele não sinta que você não está dando atenção a ele enquanto escreve.
A partir dos problemas identificados o paciente pode escolher aqueles que deseja solucionar primeiramente e o nutricionista pode guiá-lo e orientá-lo através de metas definidas em conjunto.
Modelo de anamnese nutricional em pdf (grátis)
Para facilitar, criei um modelo de anamnese nutricional em pdf gratuito que você pode baixar.
Assim você não parte do zero e consegue inspiração de perguntas para aplicar nos seus atendimentos nutricionais. Clique na imagem abaixo para baixar sua ficha de anamnese nutricional pronta:
Anamnese nutricional na prática
Se quer saber mais sobre anamnese nutricional, tenho uma dica final para você.
Após muitos pedidos de profissionais de saúde que entraram em contato comigo, criei a Formação Método Sophie de Terapia Nutricional.
Ao publicar “O Peso das Dietas”, notei uma necessidade de colegas da área de se atualizarem na ciência da Nutrição em relação ao peso, obesidade e transtornos alimentares, além da área comportamental – algo que ainda não é estudado nas faculdades.
O meu objetivo é apresentar uma Nutrição com Ciência e Consciência e fornecer ferramentas para um atendimento mais personalizado e humanizado, com foco na mudança do comportamento e na construção de uma relação mais saudável com a comida.
A propósito, tive a honra de formar centenas de profissionais de saúde em mais de 20 estados pelo Brasil, entre nutricionistas, médicos e psicólogos.
Veja o que eles acham da minha metodologia:
Profissionais formados pelo Método Sophie
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Referências
ALVARENGA, Marle. DIAS, Nívea Maria Albuquerque. Aconselhamento nutricional na prática clínica.
In: CUPPARI, Lilian. Nutrição clínica no adulto. 4.ed. Barueri – SP: Manole, 2019.
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3 Comentários. Deixe novo
Foi de grande ajuda, bastante esclarecedor, de fácil entendimento.
Olá Eduardo!
Agradecemos seu comentário. Que bom que o artigo lhe ajudou. 🙂
Um abraço,
Nathalia – Equipe Sophie
Muito informativo, esclarecedor, informações básicas e de fácil entendimento.