Se você está se perguntando o que é saúde integrativa, faz sentido antes relembrar o conceito de saúde e ter um contexto histórico.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define “saúde” como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não como a ausência de doenças.
De acordo com esse conceito, para que se tenha saúde é necessário um bom funcionamento biológico do corpo, acesso a direitos básicos como água, ar, moradia e trabalho, um estilo de vida adequado e uma assistência à saúde que atenda a população de forma satisfatória.
Mas nem sempre a saúde foi pensada dessa forma…
Ela acompanha as mudanças da sociedade e até hoje é comum pensarmos a saúde como uma ausência de doença.
Com o desenvolvimento dos microscópios no século XIX, Louis Pasteur e Robert Koch descobriram os microrganismos. Essas descobertas trouxeram muitos avanços na área da saúde, pois até então não sabíamos a causa de muitas doenças, como a tuberculose. Depois veio a descoberta dos antibióticos que ajudou muito a tratar doenças infeciosas.
Com os avanços, também vieram consequências negativas. O foco passou a ser a doença e o remédio que irá tratar, e não a pessoa doente.
Esta herança perdura até hoje…
Talvez você já tenha sido atendido por um profissional de saúde que mal olhou nos seus olhos e já foi te passando uma receita médica ou dieta.
Com isso surgiram discussões e críticas a essa atitude desumanizada.
O aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e diminuição das doenças transmissíveis, processo conhecido como transição epidemiológica, também contribuiu para uma percepção mais ampla da saúde.
As DCNT não são causadas por microrganismos, mas por vários fatores biológicos, comportamentais, psicológicos e sociais.
Com tudo isso, percebeu-se que para ter saúde é necessário mais do que a ausência de doenças e surgem novas abordagens e maneiras de cuidar, como a saúde integrativa.
O que é saúde integrativa?
A saúde integrativa é uma abordagem holística e multidimensional, ou seja, considera a pessoa como um todo e suas diversas dimensões como a física, biológica, emocional, espiritual, social.
Utiliza tanto práticas convencionais com base na alta tecnologia e medicalização, quanto complementares e tradicionais (não convencionais) e envolve mudanças no estilo de vida, na alimentação, na prática de atividade física e no equilíbrio emocional e mental.
É comum confundirmos saúde integrativa com medicina integrativa. Elas estão relacionadas, mas a primeira é mais abrangente, envolvendo todos os determinantes da saúde, fatores sociais, comportamentais, econômicos e ambientais. E a segunda é um modelo de saúde que tem como foco o cuidado clínico.
A medicina integrativa faz uso das medicinas convencional (mais interessada no diagnóstico e funcionamento biológico), tradicional e complementar (voltadas para a dimensão terapêutica, estilo de vida, ambiente e para a abordagem da pessoa como um todo).
Todas têm a mesma importância e são utilizadas de acordo com cada caso.
Existem diversas práticas que podem fazer parte de uma abordagem baseada na saúde integrativa.
E neste post vamos conhecer 4 práticas de saúde integrativa para você recuperar e manter sua saúde em dia.
Práticas Integrativas e Complementares na busca por uma Saúde Integrativa
Estas práticas são chamadas de Integrativas e Complementares e são baseadas na humanização, na escuta, no acolhimento e na integração do ser humano com o meio em que vive e a sociedade.
Diversas são as práticas integrativas e complementares. Alguns exemplos delas são:
- Mindfulness ou meditação
- Medicina tradicional chinesa
- Acupuntura
- Fitoterapia
- Homeopatia
- Arteterapia
- Reiki
- Terapia comunitária
- Terapia floral
- Termalismo
- Yoga, etc
É bem possível que você mesmo pratique ou já tenha praticado alguma dessas atividades na busca por mais saúde e bem-estar!
De acordo com National Center for Complementary and Integrative Health (NCCIH), em 2012, mais de 30% dos americanos adultos e 12% das crianças praticavam alguma atividade não convencional com fins terapêuticos.
Essas práticas podem contribuir para a redução do consumo de medicamentos, aumento da autoestima e melhora da qualidade de vida.
Agora, vamos nos aprofundar em 4 dessas práticas de saúde integrativa para que você tenhas mais ferramentas para cuidar da sua saúde!
Vamos lá?
1) Mindfulness e Mindful Eating
O Mindfulness é considerada uma prática complementar e integrativa. É traduzida para o português como “atenção plena” e consiste em uma habilidade intencional de voltar a nossa atenção para o momento presente, sem julgamentos.
Podemos praticar o Mindfulness em quase tudo o que fazemos: ao andar, conversar, trabalhar, fazer tarefas domésticas e também ao comer, sempre nos concentrando no momento presente, e não no que pode acontecer no futuro ou no que aconteceu ou poderia ter acontecido no passado.
O Mindfulness é considerada uma capacidade inata, que vamos perdendo ao longo dos anos, mas que pode muito bem ser treinada a partir da meditação. A meditação baseada no mindfulness ou atenção plena tem origem no Budismo, mas não está vinculada à prática religiosa e pode ser realizada por qualquer pessoa.
Quando pensamos no Mindfulness voltado para a alimentação, chamamos Mindful Eating, que pode ser traduzido como “comer com atenção plena” ou comer com consciência. Quando comemos sem atenção, não saboreamos os alimentos e é comum comermos em excesso e com distração.
Ao comemos com atenção plena, em vez de julgarmos se os alimentos engordam ou emagrecem, se fazem bem ou mal à saúde, focamos no sabor dos alimentos, nas sensações corporais de fome e saciedade, nas emoções e no momento presente.
Praticar o Mindfulness e Mindful eating é uma forma de nos conectarmos com nós mesmos e de autocuidado, que proporciona benefícios físicos e psicológicos. E isso tem tudo a ver com saúde integrativa!
2. Fitoterapia
A Fitoterapia é o estudo de plantas medicinais e do seu uso na promoção, proteção e recuperação da saúde. As plantas medicinais são espécies vegetais que podem exercer ação terapêutica.
Essa forma de tratamento é muito antiga e remete aos primórdios da medicina, quando os vegetais eram a base do tratamento de diversas enfermidades.
A OMS posiciona-se a favor da utilização de plantas medicinais, mas é preciso usá-las com cautela. Por ser um produto natural é comum a utilização de fitoterápicos de forma indiscriminada. Isto é um erro, pois pode haver interações, efeitos adversos e contraindicações.
A prescrição de fitoterápicos deve basear-se em evidências científicas, considerando a eficácia, segurança, contraindicações e autorização pela Vigilância Sanitária.
Dentre os profissionais de saúde habilitados a prescrever medicamentos fitoterápicos, estão os nutricionistas com título de especialista em fitoterapia.
Alerta de saúde integrativa: Preste atenção também aos fitoterápicos vendidos com a promessa de emagrecimento. Assim como os remédios para emagrecer podem trazer diversos efeitos colaterais. Você já sabe que o melhor, sempre, é buscar perder peso com saúde, comendo de tudo, fazendo as pazes com a comida e com o corpo!
3. Medicina Tradicional Chinesa
A Medicina Tradicional Chinesa é um sistema médico integral que surgiu há milhares de anos na China. Tem como fundamento a teoria Yin-Yang, que divide o mundo em dois princípios opostos que se complementam.
O objetivo é buscar o equilíbrio entre esses opostos.
Entre suas práticas de tratamento estão o uso de plantas medicinais, práticas corporais (lian gong, chi gong, tuina, tai-chi-chuan) e mentais (meditação) e a acupuntura.
A acupuntura (do latim acus – agulha e punctura – punção) abrange procedimentos que permitem estimular pontos anatômicos por meio da aplicação de agulhas metálicas bem finas.
Essa estimulação provoca a liberação de substâncias e neurotransmissores que podem ajudar na diminuição de dores, em funções orgânicas e melhora da imunidade.
A partir da segunda metade do século XX a Acupuntura foi inserida na medicina ocidental e diversas pesquisas científicas comprovaram seus efeitos terapêuticos, sendo uma prática de saúde integrativa recomendada pela OMS.
4. Práticas expressivas em saúde
As práticas expressivas em saúde utilizam a arte (instrumentos musicais, música, canto, dança, poesia) como ferramentas terapêuticas.
A Arteterapia e a Musicoterapia, por exemplo, podem ser exploradas como recursos que promovem a saúde integrativa ao favorecer o desenvolvimento das aptidões físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas da pessoa.
A arteterapia utiliza a pintura, colagem, modelagem, tecelagem, fotografia, etc.
E a musicoterapia pode ser realizada em grupo ou individualmente.
Por meio do som, ritmo, melodia e harmonia promove a comunicação, vivências de integração, relações afetivas e desenvolvimento pessoal.
Bom, essas são apenas algumas práticas de saúde integrativa que trago para você conhecer dentre as inúmeras que existem.
Se você se interessa por qualquer uma delas, é importante procurar profissionais especializados e com formação para praticá-las!
Uma última dica de saúde integrativa!
Mesmo buscando ajuda nessas 4 práticas de saúde integrativas ou outras em que não nos aprofundamos, tenho outra sugestão!
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Vamos juntos nessa?
Referências:
- National Center for Complementary and Integrative Health (NCCIH) (site)
- Glossário temático : práticas integrativas e complementares em saúde
- Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS.
- Marle Alvarenga et al. Nutrição comportamental. Barueri: Manole, 2015.
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2 Comentários. Deixe novo
tratamento com óleos essenciais fazem parte da medicina integrativa?
uma vez que os óleos vem das plantas.
Olá Paulo!
Sim, essa prática é a aromaterapia.
Um abraço,
Nathalia – Equipe Sophie