Como já foi falado anteriormente aqui no blog, nunca se falou tanto em dieta, e nunca a população mundial esteve tão obesa, a conta não bate, e mesmo assim estamos sendo constantemente bombardeados com o próximo alimento/produto milagroso ou emagrecedor. A indústria do emagrecimento não para de crescer, e um de seus grandes trunfos seria os termogênicos. Mas o que é termogênico?
Bom, existem duas vertentes para explicar o que é termogênico. De um lado temos os alimentos in natura e do outro os suplementos.
Os alimentos in natura frequentemente citados são: pimenta vermelha, chá verde, canela, mostarda, gengibre, vinagre de maçã, acelga, aspargos, couve, brócolis, laranja, kiwi, café, guaraná, água gelada, linhaça, gorduras vegetais, gorduras de coco, produtos derivados de chocolate, peixes e oleaginosas…
Sua eficácia segue a justificativa de que tais alimentos, ao serem digeridos, promovem um gasto energético maior do que a sua quantidade de energia armazenada. Por exemplo, digamos que determinado alimento fornece 50 kcal, mas nosso organismo gasta em torno de 60 kcal para digeri-lo, então temos um déficit de 10 kcal, ou seja, gastamos mais energia do que recebemos.
Seguindo ainda a linha de alimentos in natura, temos os queridinhos e tão divulgados pela mídia “água morna com limão em jejum” e a famosa “água de berinjela”, mas que não possuem nenhum respaldo científico, sendo considerados somente mitos alimentares.
Por outro lado, temos os suplementos termogênicos, que são na verdade substâncias ergogênicas. As substâncias ergogênicas prometem aumentar a disposição e desempenho, induzindo a termogênese, levando assim a uma maior oxidação de gorduras. Então não é que o suplemento termogênico aumentará o seu gasto energético, o que vai aumentar é a sua disposição para ir além de seus limites, melhorando o desempenho, fazendo assim com que os estoques de gordura sejam utilizados. São muitas promessas com um grande interesse comercial. Mas será que isso é verdade?
O que é termogênico de acordo com a ciência
A literatura científica nos mostra poucos estudos que comprovam a eficácia real dos termogênicos, alguns deles não apresentam nenhum resultado (como no caso da L-carnitina) e outros até mostram pequenas alterações no gasto energético (como no caso da cafeína), mas são alterações tão pequenas (menos de 10% do gasto energético total) que não é possível dizer que o uso de termogênicos realmente faça diferença na vida das pessoas.
Além disso, os efeitos não duram muito tempo e são necessárias doses muito elevadas, o que pode ocasionar diversos efeitos colaterais, como aumento da pressão arterial, irritação da mucosa gástrica, alterações no sono e humor. E uma coisa é fato, para os resultados surgirem, é necessário que aconteça sempre a restrição calórica e a prática de atividade física, o que talvez seja o real motivo da perda de gordura e aumento da taxa metabólica basal.
Considerando que um quilo de gordura possui em torno de 9 mil kcal, e nosso metabolismo gira em torno de 2000 kcal aproximadamente (dependendo do sexo, idade e nível de atividade física), será mesmo que uma elevação de menos de 10% nesse gasto energético fará alguma diferença na perda de peso? Será que vale a pena o investimento e dedicação para consumir alimentos que talvez você não goste ou altere o paladar de seus pratos preferidos? A alimentação deve ser algo para nutrir nossas células, mas também algo que nos traga prazer e conforto, e ingerir determinados alimentos só para obter determinado efeito não é uma estratégia muito eficiente pois dificilmente será mantida à longo prazo.
Não existe alimento ou produto mágico, continue apostando na alimentação saudável e atividade física, e não se esqueçam, você não precisa comer menos, mas sim melhor.
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