A preocupação exagerada com o “comer saudável” tem levado cada vez mais pessoas aos consultórios de Nutrição. Mais do que saber quais alimentos “fazem bem” ou “fazem mal”, cresceu o número de pessoas interessadas em saber o que é ortorexia e seus tipos, sintomas e tratamento.
Estes questionamentos acompanham as mudanças que aconteceram na nossa sociedade nas últimas décadas, especialmente no que diz respeito à saúde, longevidade e à busca pelo corpo “perfeito”.
Mas ao contrário de outras desordens alimentares, o ortorexia não tem como principal meta o emagrecimento, e sim, um “comer limpo”, extremamente saudável e “fit”. Isso gera uma enorme necessidade de controlar a qualidade e a procedência de cada folha de alface que se coloca no prato.
Embora ainda não seja reconhecido como transtorno alimentar pelo DSM V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), o quadro tem sido amplamente estudado e cientistas do mundo todo trabalham para entender melhor os tipos de ortorexia, o diagnóstico correto, sintomas e melhores formas de tratamento.
Tipos de ortorexia: ainda sem resposta
Por ser um fenômeno recente, ainda não existe uma classificação que define os tipos de ortorexia existentes e nem tampouco critérios bem estabelecidos para se fechar um diagnóstico.
No entanto, nós, profissionais da saúde, já trabalhamos com graus de ortorexia para definir o quão avançado está o problema. Uma vez estabelecido que o paciente apresenta comportamentos característicos, o melhor caminho é combinar acompanhamento nutricional e psicológico. Em casos mais sérios, pode ser necessária a participação de outros tipos de especialistas, como um médico psiquiatra.
Uma boa notícia é que essa abordagem multidisciplinar tem grandes chances de sucesso, uma vez que ajuda o paciente a reavaliar sua relação com a comida, tanto do ponto de vista da qualidade alimentar quanto dos hábitos ligados ao ato de comer.
Se você quer saber quais são os tipos de ortorexia, um bom começo é entender um pouco mais sobre os sinais de alerta que indicam uma inclinação para esse quadro.
Saudável ou ortoréxico? Como achar o limite?
Não há nada de errado em querer comer de forma saudável, aliás, essa é uma das melhores formas de se prevenir diversas doenças e manter um peso adequado! O problema é o que cada um entende como “saudável”.
De acordo com várias pesquisas e com o Guia Alimentar para a População Brasileira, comer saudável é algo mais simples do que muita gente imagina: coma regularmente, respeitando sua fome e priorizar alimentos in natura e diminuir o consumo dos ultraprocessados. E isso também é o que eu acredito e recomendo!
Tentar manter esse tipo de alimentação é algo super positivo para a saúde. Mas o extremismo pode levar as pessoas a desenvolver um quadro de ortorexia.
Um sinal de alerta importante é quando a comida passa a ser a principal preocupação da pessoa, e ela amplia essa noção de “saudável”, criando uma série de outras exigências. Sendo assim, pode optar por cortar grupos alimentares inteiros; glúten e lactose (mesmo sem diagnóstico de intolerância); açúcar; ou se recusar a comer qualquer coisa industrializada ou que não seja orgânica.
Existe uma certa confusão sobre o que é “comer normal” – e os extremismos que vemos na mídia afora só piora esse quadro. Mas como saber se você está se alimentando adequadamente? Veja nesse vídeo do meu canal:
Tanta restrição pode dar início a um processo de desnutrição, que tende a se manifestar por sintomas como queda de cabelo, unhas quebradiças, perda de peso, e, no caso das mulheres, falhas no ciclo menstrual.
O comportamento também muda, e a pessoa começa a evitar convites e abrir mão da vida social por conta da dieta. Fica obcecada com o tema “alimentação”, e não consegue falar de outra coisa, especialmente à mesa.
Esses são alguns exemplos de sinais que podem indicar uma predisposição a esse tipo de problema. É como eu disse: não existem tipos de ortorexia bem definidos ainda, porém, a forma como o quadro se manifesta e evolui está cada vez mais claro.
Familiares e amigos: um apoio importante
Se você chegou até esse artigo procurando saber mais sobre os tipos de ortorexia porque desconfia que algum familiar ou amigo está desenvolvendo esse quadro, tenho uma dica. Que tal ajudá-lo?
Geralmente, são as pessoas próximas que identificam a presença destes comportamentos na pessoa, porque quem sofre de ortorexia tem dificuldade de achar que está fazendo algo errado. Afinal, “comer saudável” é algo muito valorizado hoje em dia, e, geralmente, é sinônimo de disciplina.
Então, evite julgar ou fazer críticas. Ao invés disso, aconselhe a pessoa em questão para que busque um nutricionista especializado e, assim, faça as pazes com a comida.
O intuito não é deixar a vida saudável para trás. Mas sim, encontrar um equilíbrio que traga, além de saúde, o prazer de comer e o bem-estar social e emocional que é tão importante quanto os nutrientes que ingerimos!
Bon appétit!
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E você, reconhece os sinais ou conhece alguém que pode estar precisando de ajuda? Compartilhe com ele esse artigo, pode ajudar!