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Abordagem nutricional não prescritiva
Abordagem nutricional não prescritiva

Abordagem nutricional não prescritiva: O que é + 4 pilares

Saiba tudo sobre abordagem nutricional não prescritiva

Prescrever vem do latim praescribere e tem como um dos seus significados “dar uma ordem”. 

Assim, prescrever uma dieta refere-se a ordenar ou recomendar os alimentos, as quantidades e os horários em que devem ser consumidos.

No entanto, apesar de a prescrição dietética ser uma atividade privativa do nutricionista, a abordagem nutricional não prescritiva, sem dieta e centrada no paciente, parece mais interessante para quem busca mudar hábitos.

Vem comigo e entenda melhor!

O que é abordagem nutricional não prescritiva

Simplificando bastante a abordagem nutricional não prescritiva é um método de atendimento sem dieta. Isso pode parecer bastante estranho porque a profissão do nutricionista é muito associada a dietas, especificamente aquelas para perder peso.

Além disso, a prescrição dietética é uma atividade privativa do nutricionista, como mostra o CFN em sua resolução Nº 600, de 25 de fevereiro de 2018.

Realmente, a prescrição de dieta pode ser uma grande aliada da terapia nutricional em casos de emergências, acidentes, infecções, cirurgias, queimaduras graves e outras complicações em que a decisão profissional deve prevalecer. 

No entanto, essa não parece ser a melhor opção nos casos de prevenção e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, como o diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e em condições de saúde como a obesidade, em que se busca um estilo de vida mais saudável.

Nesse caso, não é porque o profissional de saúde determina ao paciente comer certos alimentos, considerando um cálculo de calorias e nutrientes, que ele irá seguir as recomendações e apresentar mudanças de hábitos.

Inclusive não me sinto autorizada a definir o que outra pessoa deve comer. Essa foi uma das questões que me fez deixar de lado a prescrição de dieta e querer estudar mais. Quando se trata de alimentação é preciso flexibilidade. O corpo é um sistema complexo, a fome não é sempre a mesma nem se tem acesso sempre aos mesmos alimentos.

Assim, em vez de dieta, a abordagem nutricional não prescritiva busca a autonomia do paciente, considerando que cada pessoa é única e terá um caminho diferente a ser seguido nessa busca por hábitos mais saudáveis. 

4 pilares do atendimento nutricional não prescritivo

Até aqui você já deve ter compreendido que a abordagem nutricional não prescritiva diferencia-se da convencional prescrição de dietas restritivas, deixando as regras alimentares rígidas de lado e colocando o paciente no centro do processo pela busca de autonomia.

Mas para que entenda melhor como pode realizar um atendimento sem dietas, separei 4 pilares dessa abordagem para utilizar no consultório: 

  1. Visão holística

O atendimento nutricional não prescritivo se utiliza de uma visão holística, considerando não apenas a saúde física, como também a saúde mental e o bem-estar do paciente. 

Assim, gosto de ter em mente o conceito de saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS): “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente ausência de afecções e patologias”. 

Como pode ver, a saúde diz respeito ao corpo físico e à mente, além do lado emocional e das relações pessoais.

Vou dar um exemplo. Imagine que você, como nutricionista, prescreve uma salada para um paciente comer no jantar. Porém, nesse dia ele tem uma comemoração com os amigos em uma pizzaria e para não sair da dieta decide ficar em casa. 

Considerando uma visão holística, essa não parece ser a decisão mais saudável, pois está deixando de lado um momento de prazer e socialização. Do mesmo modo, a rigidez com a alimentação pode indicar um comer transtornado ou mesmo um transtorno alimentar.

Inclusive, nesses casos, o atendimento multidisciplinar (com nutricionista, psicólogo e psiquiatra) e a abordagem não prescritiva são os mais indicados, pois a prescrição de dieta pode funcionar como um gatilho para o desenvolvimentos de transtornos alimentares ou piora do quadro. 

  1. Peso não é saúde

A nossa sociedade confunde magreza com saúde, mas pare para pensar um pouco e desconstruir essa ideia. 

Existem pessoas acima do peso considerado ideal, mas que se sentem bem, com qualidade de vida, exames laboratoriais adequados e sem problemas de saúde. Por outro lado, alguém que sofreu com uma infecção, um câncer ou outra doença pode ter perdido peso e apresentar um quadro de desnutrição. Essa perda de peso não representa saúde, concorda? 

A verdade é que existem pessoas saudáveis de todos os tamanhos e formas e a abordagem em questão combate o estigma de peso e não considera aquele número na balança como um indicador de saúde. 

Dessa forma, o peso ideal não é aquele determinado pelo IMC, mas sim o peso que o paciente se sente bem e que consegue manter sem grandes sacrifícios, como fruto de um estilo de vida mais saudável.

  1. Sem mentalidade de dieta

A ciência tem deixado claro que as dietas restritivas não funcionam. Quando alguém restringe a alimentação, o corpo acredita que está passando por um momento de privação e se estressa, fazendo de tudo para poupar energia.

Assim, o paciente pode até perder peso inicialmente, mas logo em seguida vem o efeito sanfona. Estudos têm mostrado que esse “perde peso, ganha peso” é mais prejudicial à saúde do que ter um peso estável, ainda que um pouco acima do considerado ideal.

Ou seja, as dietas têm efeitos colaterais e por isso, o melhor é abandonar as regras alimentares rígidas e melhorar o comportamento alimentar, último pilar que apresento aqui para você.

  1. Foco no comportamento alimentar

Em vez de dietas, a abordagem nutricional não prescritiva trabalha com ferramentas de nutrição comportamental, pois essa forma de atender está menos preocupada com o quê se come e mais em como e no porquê.

Dessa forma, também deixa de lado a categorização dos alimentos em “bons” e “ruins”, “proibidos” e “permitidos”. Todos eles, a depender do contexto e das individualidades, podem fazer parte de uma alimentação saudável.

Também considera que o funcionamento do corpo é guiado não apenas por questões racionais, mas também emocionais. Nos nutrimos de comida, mas também de sentimentos. 

Por isso, o foco está no estilo de vida, levando em conta as particularidades de cada paciente para incentivar um maior consumo de comida fresca e caseira, sem abrir mão do prazer. Tudo isso cultivando uma relação de paz com a comida e com o corpo, sem neuras!

Saiba mais!

Já que chegou aqui interessado em abordagem nutricional não prescritiva, tenho uma dica final para você.

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Ao publicar “O Peso das Dietas”, notei uma necessidade de colegas da área de se atualizarem na ciência da Nutrição em relação ao peso, obesidade e transtornos alimentares, além da área comportamental – algo que ainda não é estudado nas faculdades.

O meu objetivo é apresentar uma Nutrição com Ciência e Consciência e fornecer ferramentas para um atendimento mais personalizado e humanizado, com foco na mudança do comportamento e na construção de uma relação mais saudável com a comida.  

A propósito, tive a honra de formar centenas de profissionais de saúde em mais de 20 estados pelo Brasil, entre nutricionistas, médicos e psicólogos. 

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Referências

DERAM, Sophie. O peso das dietas: Faça as pazes com a comida dizendo não às dietas. 2.ed. Rio de Janeiro : Sextante, 2018.

Se gostou deste artigo sobre abordagem nutricional não prescritiva, provavelmente vai adorar ler estes posts que separei para você:

  1. O que é a jornada do paciente?
  2. O que é atendimento humanizado na saúde?
  3. Atendimento online para nutricionista: o que é? Como funciona? Vantagens?

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