Você sente que finalmente está “andando na linha” com relação a organizar sua alimentação, está tomando mais água, diminuiu as “enjacadas” do fim de semana. Mas aí bem no meio da tarde daquela segunda-feira, ela aparece: aquela baita vontade de comer doce. Quem nunca?
A primeira coisa que eu tenho para te dizer é: não há nada de errado nisso. Somos seres humanos, não máquinas. Estamos expostos a milhares de estímulos ao longo do dia e nosso cérebro pode captá-los até mesmo de forma inconsciente.
A vontade de comer doce pode “brotar” em você simplesmente porque sentiu um aroma que lembra uma receita de infância. Ou passou perto daquele brigadeiro que sua colega começou a produzir artesanalmente e agora vende no escritório. Você pode ter visto algo apetitoso num filme, novela ou programa de TV que despertou este desejo.
Enfim, a vontade de comer doce pode se manifestar em você por diversos motivos. Mas ao invés de ficar se culpando ou se perguntando por que ela apareceu sem mais nem menos, é preciso investigar a forma como você está lidando com os sinais do seu corpo. Está sabendo respeitá-los? Vamos ver!
Vontade de comer doce é normal. Não se torture!
Acredito muito na importância que o comportamento exerce sobre a nossa relação com o ato de comer e, por consequência, sobre o equilíbrio na alimentação.
Ouço relatos de pacientes que me deixam verdadeiramente preocupada sobre o quanto estão perdidos nesse aspecto. Um exemplo: é muito comum eu ouvir pessoas dizendo que, quando tem um chocolate no armário de casa, preferem comer de uma vez só para não ter que ficar lidando com a “tentação” todos os dias.
Tudo isso para não ter nada disponível em casa no momento em que bate a vontade de comer doce. Dá pra acreditar nisso?
O segredo não é restrição/dieta, mas procurar comer melhor. Conheça o Efeito Sophie!
É preciso entender que não adianta nada essa “despedida” do chocolate ou do doce que você encara como o “proibido”, ou como o “arruinador” da sua dieta. Porque encarando o alimento dessa forma, como se existissem aqueles que engordam e aqueles que ajudam a emagrecer, você só vai aumentar a ansiedade com relação a ele.
E acaba entrando no ciclo de exagero e culpa, tão nocivo para o corpo, mas mais ainda para o seu cérebro. Funciona assim:
- Você sente a vontade de comer doce;
- Prefere se privar, porque acha que só vai emagrecer se tiver “força de vontade” (esse conceito é tão relativo…);
- Chega o momento do “eu mereço” (“tive um dia ‘de cão’, “estou há tanto tempo passando vontade de comer doce”, etc.)
- Daí come em exagero!
- Sente culpa, e passa a entrar na restrição de novo (“nunca mais vou comer doce desse jeito”
E o ciclo se renova a cada vontade que você deixa mal-resolvida. Aí eu te pergunto: não seria melhor ter resolvido essa vontade no momento em que seu corpo pediu? Comendo de forma consciente, saboreando, com moderação e sem culpa? Eu te respondo: sim!
Faça as pazes com o doce
O que estou propondo aqui não é um consumo sem limites de açúcar, afinal, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil atualmente consome uma quantidade 50% maior do que o recomendado. Isso é muita coisa! Precisamos sim diminuir nosso consumo de alimentos e bebidas doces.
Mas sou contra demonizar todo e qualquer tipo de doce.
A solução para chegar a um meio termo interessante é prestar mais atenção a qualidade do que se come. Até porque existe muito açúcar escondido nas bebidas doces e nos alimentos industrializados. Nomes que a maioria das pessoas não consegue identificar como sendo açúcar – mas é o que eles são! Alguns exemplos: açúcar invertido, açúcar líquido, xarope de glicose… e por aí vai.
Uma boa dica é passar a consumir mais alimentos in natura como frutas e doces caseiros. E variando o seu cardápio com alimentos de qualidade, não há porque sentir culpa quando sentir uma vontade de comer doce.
E sim, está com vontade bem específica? Vale escolher um doce de qualidade e degustar com prazer!
Bon appétit!
Agora que você já sabe que a vontade de comer doce é algo natural, vamos desmitificar outros assuntos?
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Obrigada Sophie.