Comportamento alimentar
Como reeducar a alimentação
Como reeducar a alimentação

Como reeducar a alimentação

Um dos assuntos do momento é a reeducação alimentar. Mas, como reeducar a alimentação? Isso é realmente possível ou só mais uma promessa de emagrecimento?

A palavra reeducar significa educar de novo, ou aprimorar a educação sobre algo. Reeducar a alimentação nada mais é do que ensinar algumas mudanças com intuito de aprimorar nossos comportamentos e hábitos.
Hábito é o comportamento aprendido e repetido frequentemente de maneira inconsciente: no “automático”. O modo “automático” pode facilitar, e muito, o nosso dia a dia. É um mecanismo que o cérebro adota para economizar energia. Os hábitos são construídos social e culturalmente, cada um tem o seu.
Dessa forma, é preciso mudar o comportamento para inserir novos hábitos na rotina, e isso se dá primeiro de forma consciente até que seja incorporado e se torne “automático”. É uma transformação que acontece com repetição e geralmente devagar: cada passo é um passo. Pode parecer um verdadeiro desafio à primeira vista, pois vai demandar mais atenção e dar a sensação de mais trabalho pela frente.
Então, para que seja efetivo, as mudanças de comportamento devem ser implantadas aos poucos na rotina até se estabelecer o novo hábito. Não é necessária nenhuma mudança radical, o mais importante é respeitar seu corpo e seus limites. Devo salientar que reeducar a alimentação é um processo lento e gradual, e varia de pessoa para pessoa. Paciência é indispensável. Qualquer mudança radical se torna geralmente difícil de sustentar no longo prazo.
Para começar a trilhar esse caminho da reeducação alimentar, os passos que mostrarei a seguir são fundamentais.

Aprenda como reeducar a alimentação

Experimente!
Imagine a seguinte situação: um bebê que está começando a ter contato com os alimentos. Tudo é novidade, sabores, aromas, texturas. A apresentação das frutas, legumes e verduras se dá aos poucos, uma de cada vez para que se verifique todas as reações do bebê com relação a cada alimento. Desde a carinha de satisfação até uma possível reação alérgica.
Se não gostar de primeira, tudo bem! O bebê pode demorar até 10 tentativas para aceitar uma novidade. É interessante oferecer o alimento novamente alguns dias depois e em outras formas, por exemplo, maçã crua raspadinha e purê de maçã cozida. Isso facilita a aceitação de novos alimentos.
E com os adultos não é diferente. Só podemos falar com certeza se gostamos ou não de determinado alimento quando o experimentamos em preparações diferentes, e mais de uma vez. Brócolis cozido é muito diferente de torta de brócolis, que é muito diferente de creme de brócolis (e os três são igualmente nutritivos). O nosso paladar é adaptável, só precisamos dar o tempo que ele necessita para assimilar novos sabores, sem pressão. Faça dessa experiência algo prazeroso.
Pensando nessa adaptação do paladar, também é possível reduzir a adição de sal ou açúcar aos alimentos. Que tal reduzir o açúcar do cafezinho gradativamente, por exemplo?
Uma das dicas de como reeducar a alimentação passa por experimentar novos alimentos também garante variedade na alimentação. Quanto mais variedade de cores e sabores na rotina, melhor! Isso assegura que o corpo receba nutrientes diferentes e que o nosso paladar não caia na monotonia.

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Quantidades: avaliar a sua fome e saciedade
Ainda com relação à introdução alimentar, quando um bebê se recusa a abrir a boca para a próxima colherada, vira o rosto ou começa a brincar com a comida, é porque provavelmente está satisfeito. O nosso corpo manda sinais de fome e de saciedade nos momentos certos desde quando éramos bebês, mas com a correria do dia a dia, estresse e dietas restritivas acabamos negligenciando esses sinais.
Sendo assim, o processo de como reeducar a alimentação também inclui estar atento aos sinais do seu corpo. Sentir o estômago roncar, ter aquela sensação de “vazio” e uma leve dor de cabeça podem ser indicativos de fome. É importante lembrar que a fome não é seletiva, ou seja, um simples ovo cozido pode aplacá-la. Agora se você quer comer algo em específico, isso caracteriza uma vontade e não fome.
Com relação à saciedade, é necessário comer devagar para observar os sinais. Ao sentir a sensação de saciedade, evite continuar comendo. Assim, você saberá avaliar também a quantidade certa para você. Não se assuste se essa quantidade variar caso você saia da sua rotina habitual. Um domingo de caminhada no parque, por exemplo, pode fazer com que o seu corpo precise de mais energia para se recuperar.
Quando fazemos a refeição respeitando os sinais do corpo, a fome só aparecerá de novo em 3 ou 4 horas. Portanto fique tranquilo com relação ao “comer de 3 em 3h”, não precisa seguir com tanta regularidade e sim acompanhar as suas sensações próprias. Ao considerar somente esse intervalo de tempo, esquecemos dos sinais que falamos acima. Pode ser que você já tenha fome após 3h, ou não. Cada corpo funciona de um jeito.Quando sentir fome novamente, será a hora certa de comer.
Organizar e planejar as refeições
Quando pensamos em como reeducar a alimentação não podemos deixar de lado o planejamento e a organização. Montar o cardápio, a lista de compras, determinar um dia da semana para ir ao mercado ou à feira, escolher alimentos frescos, lavar, higienizar, preparar, congelar. Esses são os passos que garantem refeições variadas e saudáveis. Assim, o processo da reeducação ocorre da melhor maneira possível, sem estresse sobre o que comer e sem cair nos fast foods por falta de opção.
Reeducar sem restringir
Uma das características da reeducação alimentar é que nenhum alimento ou nutriente deve ser restrito, a ideia é ter liberdade para fazer as melhores escolhas para si mesmo. O foco deve ser na qualidade dos alimentos e não nas calorias. Alimentos frescos in natura devem ser a base da nossa alimentação.
Prazer também é importante: não se prive de um alimento que gosta por que o mesmo não é considerado “saudável”. É necessário equilibrar, encontrar alimentos que fazem bem ao corpo e ao paladar, sem sofrimento. Uma fatia de bolo de chocolate da festa do seu sobrinho não vai estragar em nada a sua saúde. Mas, como falei acima, fique atento aos sinais do seu corpo. Distinguir a fome das vontades é essencial para que o exagero e a culpa não estejam presentes.
Outras mudanças também podem ajudar
A inserção de outros hábitos também é válida: beber mais água, dormir e descansar o necessário para o corpo, interagir com o meio e a natureza, fazer uma atividade física, tomar sol, meditar… Essas medidas, juntamente com a reeducação alimentar, trazem mais saúde e qualidade de vida.
Reeducar a alimentação gera autonomia sobre as escolhas alimentares e mais atenção ao próprio corpo, sem nenhum tipo de privação e com resultados benéficos que perduram. É uma mudança para toda a vida, e não algo temporário. Experimente, faça pequenas mudanças no seu dia a dia!
Estas são nossas recomendações sobre o processo de como reeducar a alimentação. Aproveite e veja também:

Que tal conhecer meu método Efeito Sophie, que ensina a transformar sua relação com a comida e a voltar a escutar os sinais do seu corpo? São seis semanas com vídeos e materiais que vão explicar sobre hábitos alimentares, e como recuperar o prazer de comer. Saiba mais!

2 Comentários. Deixe novo

  • Márcia Aguiar de Oliveira
    2 de setembro de 2021 10:00 pm

    gostei muito dessa matéria.
    Fiz uma dieta ano passado, deu certo no primeiro mês, aí veio a pandemia e foi tudo por água a baixo, engordei de novo e um pouco mais.

    Responder
    • Olá Márcia!
      Agradecemos seu comentário aqui no Blog da Dra. Sophie e sentimos muito por isso.
      Saiba que ficamos felizes em saber que você gostou do artigo. 😉
      Um abraço,
      Nathalia – Equipe Sophie

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