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insatisfação corporal
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Insatisfação corporal: saiba como lidar com esse desafio no consultório

A insatisfação corporal é uma questão muito comum nos consultórios de nutrição e, na verdade, em toda a sociedade. 

Enquanto há uma valorização de corpos padronizados e são disseminadas ideais inatingíveis de beleza, todos nós nos sentimos mais ou menos insatisfeitos com nossa imagem.

Por isso, apesar de ser pouco discutida na formação de profissionais de saúde, é fundamental abordar a insatisfação corporal com empatia e sensibilidade. 

Para ajudar você a lidar com esse desafio no seu atendimento, trago aqui 5 dicas estratégicas.

Vem comigo!

Mas antes, o que é insatisfação corporal?

A insatisfação corporal é quando você não está satisfeito com sua própria imagem, aquela refletida no espelho. É um conflito entre a aparência real e a idealizada, influenciando tanto como a pessoa se vê quanto como se sente e age em relação a essa percepção. Trata-se de uma construção subjetiva interna, de modo que é possível estar muito próximo do padrão de beleza, mas apresentar um sofrimento genuíno. 

Embora essa questão seja mais comum entre as mulheres, os homens também têm sido cada vez mais afetados. Em geral, as mulheres buscam um corpo mais magro, enquanto os homens almejam uma aparência mais musculosa.

A insatisfação corporal é frequentemente associada a distúrbios de imagem corporal, mas, ao contrário do que muitos acreditam, não se restringe apenas a casos de distorção corporal — como em transtornos alimentares, como a anorexia nervosa. Outros sinais incluem depreciação corporal, evitação, preocupação e valorização excessivas do corpo. 

Estar insatisfeito com o próprio corpo pode ter associação com sintomas de depressão, baixa autoestima e levar às dietas restritivas, que como sabemos, podem funcionar como gatilho para o desenvolvimento de transtornos alimentares.

Tratar a insatisfação corporal é muito importante para a saúde, mas também desafiador. Muitas vezes, acredita-se que basta dizer ao paciente para “se amar mais”, mas a realidade é bem mais complexa.

Por isso, separei 5 dicas que podem ajudar você a lidar com essa questão no seu atendimento.

5 dicas para lidar com a insatisfação corporal do paciente

1- Desenvolver uma escuta ativa

Uma das primeiras coisas a se fazer para lidar com a insatisfação corporal no consultório, é escutar. Ou seja, é preciso respeitar o paciente, sem julgamentos, proporcionando um espaço seguro e acolhedor para que ele se expresse livremente.

Além de ouvir, é crucial interpretar o que o paciente está dizendo nas entrelinhas. Muitas vezes ele não fala explicitamente da sua insatisfação, mas relata sofrer com o efeito sanfona, apresenta histórico de dietas restritivas, preocupação extrema com a comida e com a aparência, entre outros comportamentos indicativos de que está insatisfeito com o corpo.

Investigar a relação da família com a comida e com o corpo também é fundamental, pois os estudos, como uma pesquisa australiana publicada na revista Eating Behaviors, têm mostrado que pais insatisfeitos com seus corpos tendem a adotar práticas de controle da alimentação dos filhos com a intenção de controlar o peso deles. 

2- Focar na saúde e não no peso

Peso não é sinônimo de saúde. Existem pessoas saudáveis com toda a diversidade de corpos e tamanhos.

Além disso, somos diferentes. Mesmo que as pessoas comam da mesma forma e pratiquem atividade física na mesma intensidade e durante o mesmo tempo, elas serão diferentes.

Portanto, o foco do atendimento deve ser a saúde e o bem-estar e não o peso. Ajude seu paciente a buscar hábitos alimentares saudáveis, praticar atividade física com prazer e dormir bem como parte de um estilo de vida saudável, considerando sua própria realidade, obstáculos e possibilidades.

Desvinculando a saúde do peso, é possível que o paciente veja a imagem refletida no espelho de forma mais positiva.

3- Contribuir para a aceitação corporal

A insatisfação corporal geralmente está associada à busca por um corpo perfeito. No entanto, é preciso entender que esse ideal é estático, sem história, enquanto o corpo real é histórico e por isso se modifica, é cheio de significados e acompanha as fases da nossa vida.

Compreender essa pressão estética pode contribuir para o paciente aceitar e confiar mais em seu próprio corpo.

 

Isso não quer dizer necessariamente amar o corpo, nem resignar-se, mas sim respeitar como ele é no momento presente.

O profissional pode incentivar o paciente a explorar seu corpo sem focar na aparência, como praticar atividades que proporcionam prazer, vestir roupas confortáveis, cultivar bons relacionamentos e até mesmo selecionar melhor o conteúdo que ele consome em redes sociais.

4- Cuidar de si para cuidar do outro

Se a insatisfação corporal atinge toda a sociedade, não é de se admirar que os profissionais de saúde também sejam atingidos por ela.

Por isso, é importante que aquele que cuida também trate da sua insatisfação. Entenda que é difícil alguém estar sempre e totalmente satisfeito com seu corpo, mesmo que estude e trabalhe com o tema.

Por isso, sugiro que cuide de si para cuidar bem dos seus pacientes, mas que também tenha por você a mesma empatia e compaixão que tem por eles.

5- Contar com o apoio de outros profissionais 

Como pode ver, a insatisfação corporal está imbricada com questões sociais, emocionais e psicológicas, que vão além do escopo de trabalho do nutricionista.

Portanto, é importante que o nutricionista reconheça até onde pode ir com o paciente e trabalhe em conjunto com outros profissionais, com destaque para o psicólogo. 

Em casos de transtornos alimentares, que geralmente apresentam problemas mais graves com a imagem corporal, não se esqueça da necessidade de um atendimento multidisciplinar, composto minimamente por médico psiquiatra, nutricionista e psicólogo.

Lidar com a insatisfação corporal no atendimento requer uma abordagem sensível, que vá além da orientação nutricional. Como profissionais de saúde, nosso papel é ajudar o paciente a buscar uma relação de paz com a comida e com o corpo para ter mais saúde!

Você também pode se informar melhor sobre como lidar com a insatisfação corporal do paciente no vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=FOwPaeuxcCE&list=PLJR0RX0a0js8V1U5VgjH-CofXVGQTVKHa&index=14

Saiba mais!

Se quer saber mais sobre como lidar com a insatisfação corporal do paciente, tenho uma dica final para você.

Após muitos pedidos de profissionais de saúde que entraram em contato comigo, criei a Formação Método Sophie de Terapia Nutricional

Ao publicar “O Peso das Dietas”, notei uma necessidade de colegas da área de se atualizarem na ciência da Nutrição em relação ao peso, obesidade e transtornos alimentares, além da área comportamental – algo que ainda não é estudado nas faculdades.

O meu objetivo é apresentar uma Nutrição com Ciência e Consciência e fornecer ferramentas para um atendimento mais personalizado e humanizado, com foco na mudança do comportamento e na construção de uma relação mais saudável com a comida.  

A propósito, tive a honra de formar centenas de profissionais de saúde em mais de 20 estados pelo Brasil, entre nutricionistas, médicos e psicólogos. 

Veja o que eles acham da minha metodologia:

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Referência

ALVARENGA, Marle et al. Nutrição Comportamental. 2.ed. Barueri – SP: Manole, 2019.

Se gostou deste artigo sobre insatisfação corporal, provavelmente vai adorar ler estes posts que separei para você:

  1. Entrevista motivacional na nutrição? Saiba como fazer
  2. 4 ferramentas de nutrição comportamental que geram resultados
  3. O que é adesão ao tratamento? Como melhorar? (OMS)

 

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