Funcional, ortomolecular, “wellness”, coaching, comportamento alimentar, fitoterapia, nutrigenômica, nutrição estética, antienvelhecimento, neurociência…estes são apenas algumas das opções de cursos de especialização em nutrição, à distância, online ou presenciais, que é possível encontrar em uma rápida busca pela Internet.
Isso é um reflexo real das mudanças da nossa sociedade. As pessoas estão mais cada vez mais interessadas nos temas ligados à boa alimentação, seja por uma necessidade de melhorar a saúde, seja por uma vontade de se encaixar no padrão de beleza atual.
Essa crescente demanda tem impulsionado os profissionais da área a buscarem atualização constante. Mas é claro que existem todos os tipos de opção, e, por isso, é preciso se informar bastante antes de apostar em um novo curso, para não perder tempo, nem dinheiro.
Pesquisar sobre especialização em nutrição à distância é ainda mais complexo do que procurar um curso presencial, em que você pode visitar a instituição, conversar com os professores, questionar a grade curricular com alguém de “carne e osso”, checar a estrutura e até mesmo trocar ideias com alunos.
Não quero desencorajar ninguém de estudar, pelo contrário!
Sou uma grande defensora dos cursos de atualização e inclusive ofereço meus próprios cursos, tanto para profissionais, quanto para o público em geral e também sobre alimentação infantil.
Também acredito muito no papel do nutricionista como comunicador. Assim, procuro compartilhar um pouco do que aprendo no meu trabalho de pesquisa e na minha prática clínica, tanto aqui no meu blog, na minha coluna da UOL Nutrição sem Neura, no meu canal do Youtube e também pelo meu livro O Peso das Dietas.
Mas não dá para sair acreditando em tudo o que lemos ou ouvimos por aí, ainda mais porque hoje em dia é muito fácil compartilhar informação – e isso tem um lado bom, mas também um lado ruim. Então antes de optar por uma especialização em nutrição à distância, esteja consciente de algumas armadilhas comuns.
Especialização em nutrição à distância: pontos de atenção
O alimento, hoje, é visto como a cura de várias doenças. Mas, ao mesmo tempo, como a causa de outras. Eu não concordo com essa visão, e, para mim, alimentos são alimentos – eles não curam, nem matam. Eles alimentam. E a interação dos nutrientes com a nossa saúde vai depender do estilo de vida como um todo.
Mas o fato é que essa dicotomia gerou um grande mercado, que inclui uma ampla gama de soluções milagrosas, dietas personalizadas focadas na restrição (que são insustentáveis e completamente nocivas à saúde); além de tratamentos estéticos, suplementos e mais uma tonelada de produtos que prometem desde o emagrecimento até a tão sonhada longevidade.
Inclui-se nesse “caldeirão” de produtos muitos cursos de especialização nutrição à distância, já que, à medida em que os pacientes acreditam nesse tipo de milagre, muitos profissionais também estão dispostos a vender estas soluções.
Então, tome muito cuidado com os modismos e com os conflitos de interesses. Nós, como profissionais da saúde, não podemos esquecer que nosso papel não é vender nada para o paciente, e nem ficar enrolando o tratamento para que ele fique para sempre dependendo da nossa orientação.
É justamente o contrário: o nutricionista precisa ajudar o paciente a ganhar saúde e autonomia, para que precise cada vez menos da nossa orientação.
Por isso, ao procurar uma especialização de nutrição à distância, certifique-se também se não há conflitos de interesses de grandes marcas ou da indústria alimentícia patrocinando o curso. Isso pode ser um problema, a partir do momento que deixa de lado o objetivo principal para focar em supostos milagres das dietas de emagrecimento e da longevidade.
O que é o título de especialização
Se você quer o título de especialista, vale lembrar que o Conselho Federal de Nutrição só reconhece 5 especialidades: alimentação coletiva, nutrição clínica, saúde coletiva, nutrição em esportes e fitoterapia.
Mas isso não quer dizer que você não possa buscar especializações de nutrição à distância fora dessas cinco áreas, desde que leve em consideração as dicas que falei acima e busque instituições ou profissionais que sejam reconhecidos, com boa reputação no mercado.
Eu, particularmente, vejo muitos alunos ou até professores dos cursos de nutrição interessados nos temas ligados ao comportamento humano, o que realmente ainda é uma deficiência nos cursos de graduação.
Pouco se fala de temas como transtornos alimentares, mindful eating e nutrição comportamental.
E é até compreensível: a Nutrição só foi regulamentada como profissão há pouco mais de 50 anos e foi enxergada como uma ciência do nutriente no alimento. É um tempo muito curto se formos comparar com outras áreas. E, nesse pequeno espaço de tempo, a área da alimentação mudou e ainda vem mudando de forma frenética. Ainda bem! O ser humano se nutre de alimentos e também de sentimentos.
Hoje, na vida prática, temos que adotar uma nova forma de atender os pacientes, e muitas universidades ainda não tiveram tempo hábil para atualizar o currículo de acordo com essas novas demandas.
E é nesse ponto que eu acho que fazer uma especialização em nutrição à distância pode ser extremamente valioso para um profissional que quer se manter atualizado.
Se você é profissional da área e está em busca de uma abordagem focada no comportamento humano, convido você para conhecer o meu curso Fundamentos do Método Sophie. Criei essas aulas para ajudar a desconstruir mitos ligados à área de Nutrição, para você que também não acredita em dietas restritivas.
Este curso faz parte de uma série que está sendo gravada e irá abordar muitos temas do meu curso presencial, o Nutricoach Método Sophie, que combina ferramentas de coach às pesquisas mais recentes sobre nutrigenômica e neurociência.
A propósito, tive a honra de formar centenas de profissionais de saúde em mais de 20 estados pelo Brasil, entre nutricionistas, médicos, psicólogos e professores de educação física.
Veja o que eles acham da minha metodologia:
Espero que, com essas dicas, você se sinta inspirado para buscar mais conhecimento e, com isso, construir uma linha de trabalho só sua, que ajude as pessoas a ganhar mais saúde e autonomia, e também resgatar o prazer de comer e uma melhor aceitação do próprio corpo.
Bon appétit!
Referências
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