Após o parto, a mulher deve continuar prezando por uma alimentação saudável, além de moderar ou evitar certos alimentos. Alguns exemplos do que não comer no pós-parto ou consumir com moderação são: o café, o álcool e os alimentos ultraprocessados.
Durante o pós-parto, também chamado puerpério, é importante que a mãe restabeleça as reservas de nutrientes, pensando na sua própria saúde e na do bebê.
Existem muitas crenças sobre esse período, e talvez por isso você esteja se perguntando o que não comer no pós-parto.
Aqui eu tiro suas dúvidas. Vamos lá?
Por que dar atenção à alimentação no pós-parto?
A alimentação é importante em qualquer ciclo da vida e atenção especial deve ser dada no puerpério, pois nesse período a mãe está se recuperando do parto e pode estar amamentando, o que gera necessidades de energia e de nutrientes aumentadas.
Veja só, para a nutriz produzir 100 ml de leite é necessário um dispêndio de 85 calorias.
Mas mesmo em situações nas quais o aleitamento materno é contraindicado, como em casos de certas doenças infecciosas, ou quando a mãe apresenta dificuldades ou simplesmente decide não amamentar, ela precisa estar bem nutrida para ter saúde e cuidar do seu bebê. Concorda?
Existem muitas crenças e tabus em relação à alimentação no pós-parto. Mas na verdade, recomenda-se ter uma alimentação saudável.
Por isso, em vez de “o que não comer no pós-parto”, primeiramente prefiro falar do que a mãe pode comer nesse período.
A alimentação deve ser baseada em comida fresca e caseira, variada e com alimentos de todos os grupos alimentares, que você conhece abaixo:
- Leguminosas: aqui entram os os grãos encontrados em vagens, como os feijões (preto, fradinho, verde, de corda, carioca, branco, azuki), favas, lentilha e grão-de-bico.
- Cereais: neste grupo temos o arroz (que forma uma ótima combinação de proteínas com os feijões), milho, trigo, incluindo os grãos, farinhas e alimentos como pães e macarrão, além de aveia, centeio e outros.
- Raízes e tubérculos: a mandioca, consumida em todas as regiões do Brasil, e também conhecida como macaxeira ou aipim, variedades de batatas, inhame e cará são exemplos desse grupo de alimentos.
- Legumes e verduras: apresentam vitaminas e minerais muito importantes para o momento do pós-parto e todos os ciclos de vida. Abóbora, beterraba, cenoura, brócolis, chuchu, couve-manteiga, couve-flor, tomate, pepino e muitas outras podem e devem fazer parte da alimentação no pós-parto.
- Frutas: a variedade de frutas no Brasil é enorme: abacate, abacaxi, acerola, goiaba, mamão, laranja, banana, morango, maçã, maracujá… prefira as da estação que apresentam melhor qualidade nutricional e geralmente são mais baratas.
- Oleaginosas: castanha-do-Pará, castanha de caju, amêndoas, nozes e amendoim apresentam vitaminas, minerais e gorduras insaturadas que podem ser muito benéficas nesse período.
- Leite e derivados: leite de vaca, iogurtes e coalhadas podem fazer parte da alimentação da gestante. Como a intenção é dar preferência aos alimentos in natura, evite iogurtes e bebidas com corantes e outros aditivos alimentares.
- Carnes e ovos: são ótima fonte proteica para esse período em que esse nutriente é necessário em quantidades maiores. Carne bovina, aves, pescados e ovos são boas opções.
- Óleos, gorduras, sal e açúcar: esses alimentos não são proibidos, mas devem ser consumidos com moderação, como ingredientes culinários para cozinhar mais, como mostro no vídeo abaixo.
- Água: principalmente as mães que amamentam podem sentir mais sede devido ao aleitamento. Ela deve saciar a sede, mas sem forçar o consumo de líquidos, que pode causar desconforto e não ser benéfico.
O que não comer no pós-parto? 3 alimentos a serem evitados ou consumidos com moderação
Como pode ver, a mulher no pós-parto deve aderir a uma alimentação saudável como qualquer outra pessoa, no entanto alguns alimentos pedem moderação ou devem ser evitados. Abaixo você conhece 3 deles e entende o que não comer no pós-parto:
Café
Como o café tem cafeína, que pode passar pelo leite materno para o bebê, é importante que esse alimento seja consumido com moderação (no máximo 2 xícaras de café por dia).
E mesmo com consumo moderado é recomendado observar se o bebê apresenta irritação, está inquieto ou difícil de acalmar.
Nesse caso, é aconselhável evitar o café, lembrando que alguns dias podem ser necessários para ele melhorar desses sintomas.
Cabe lembrar também que o bebê prematuro pode ser ainda mais sensível aos efeitos da cafeína.
Álcool
Não existem recomendações seguras de consumo de álcool no pós-parto, portanto é interessante abster-se de bebidas alcoólicas, porque além de trazer problemas ao bebê pode afetar a capacidade de cuidado da mãe.
Alimentos ultraprocessados
Alimentos ultraprocessados são aqueles industrializados que apresentam muito pouco da matéria-prima de origem. Um bom exemplo são os sucos em pó, que praticamente não têm fruta em sua composição.
Esses alimentos não são proibidos, mas não devem constituir a base da alimentação, independentemente do ciclo de vida, pois seu consumo excessivo está relacionado ao desenvolvimento de doenças crônicas. Por isso deve-se reduzir os ultraprocessados, como mostro no vídeo abaixo:
Especificamente quanto ao pós-parto, esses alimentos não parecem os mais equilibrados nutricionalmente para fornecer os nutrientes necessários para a mãe.
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Referências
DERAM, Sophie. Pare de engolir mitos. 1. ed. – Rio de Janeiro : Sextante, 2024.
MALHOTRA, Aseem. Saturated fat is not the major issue. BMJ, v. 347, 2013.
SOUZA, Russel Jude de et al. Intake of saturated and trans unsaturated fatty acids and risk of all cause mortality, cardiovascular disease, and type 2 diabetes: systematic review and meta-analysis of observational studies. BMJ, v. 351, 2015.
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