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Leite é inflamatório? Entenda mais sobre esse assunto

Leite é inflamatório mesmo? 

Você já ouviu falar que leite é inflamatório

De uns tempos para cá, esse alimento nutritivo, saboroso e consumido ao redor do mundo todo passou a ser visto como um vilão, sendo frequentemente associado à inflamação e gerando dúvidas e debates.

Essa é uma questão que merece ser analisada com cuidado e baseada em evidências científicas. É importante considerar as informações com senso crítico, sem nos deixarmos levar por mitos ou modismos que podem distorcer os benefícios desse alimento.

Quer entender mais sobre o assunto e descobrir se o leite é inflamatório mesmo? 

Vem comigo!

Saiba mais sobre leite e inflamação

O leite desempenha um papel fundamental na alimentação de muitas populações, fornecendo diversos nutrientes. O leite de vaca é o tipo de leite mais consumido no mundo todo. Ele é composto por água, gorduras, carboidratos (sendo a lactose o principal deles), proteínas, minerais (como o cálcio), vitaminas (A, D, E e do complexo B), além de probióticos.

Além disso, o leite é versátil, saboroso e amplamente utilizado na alimentação de diferentes culturas. A partir do leite é possível produzir manteiga, queijos, iogurtes, creme de leite, kefir, entre muitos outros derivados.

Mas com todos esses benefícios, por que se fala tanto que leite é inflamatório?

Primeiramente, é importante lembrar que a inflamação é um processo natural do corpo. Ela ocorre quando o sistema imunológico é ativado para combater corpos estranhos, como micro-organismos (vírus, bactérias, fungos), poeira ou produtos químicos. Durante a digestão de alimentos, há sempre uma pequena resposta inflamatória, o que é normal e parte do funcionamento saudável do organismo. 

O problema surge quando a inflamação se torna crônica, ou seja, persiste dia após dia, mesmo na ausência de um invasor, e está associada ao desenvolvimento de doenças crônicas, como problemas cardíacos, diabetes, artrite e câncer, entre outras.

Leite é inflamatório de verdade? Veja o que a ciência diz

Alguns estudos sugerem que a caseína (uma proteína do leite), as gorduras e a lactose (o açúcar do leite) podem desencadear inflamações em algumas pessoas. 

Nesse grupo específico de pessoas, que demonstram sensibilidade a algum componente do leite, consumir laticínios em exagero pode gerar um desequilíbrio na microbiota intestinal, provocando sintomas desagradáveis, como dor de barriga, distensão abdominal, gases, diarreia ou constipação.

No entanto, se você não apresenta alguma sensibilidade, como intolerância à lactose ou alergia às proteínas do leite, não está comprovado que o leite provoque inflamação.

É tanto que outras pesquisas mostram que o leite, na verdade, tem propriedades anti-inflamatórias. Portanto, não faz sentido afirmar que o leite é inflamatório, nem disseminar o discurso de que “leite é para bezerro” ou que o ser humano é o único animal que bebe leite depois de adulto. Propagar essas crenças é fazer terrorismo com as pessoas que gostam de leite e derivados. 

Além disso, uma meta-análise publicada em janeiro de 2025, com base em 35 estudos, avaliou os efeitos das proteínas do leite no processo inflamatório, concluindo que as proteínas (como as proteínas do soro do leite e a caseína) não aumentam a inflamação.

Sabemos que o leite é dispensável. Tem muita gente que não toma leite porque realmente não gosta e consegue viver sem problemas para a saúde. Além disso, culturas, como a chinesa, não consomem laticínios e mesmo assim não apresentam indícios de deficiências ou problemas de saúde ligados ao baixo consumo de cálcio (mineral muito presente no leite), como a osteoporose. 

No entanto, se você gosta de leite e derivados, faz parte da sua cultura e você não sente nenhum desconforto ao consumi-los, por que cortar esses alimentos? 

Esqueça a crença de que leite é inflamatório e não faça restrições desnecessárias 

Como disse, há muitas pessoas e culturas que não consomem leite e não têm prejuízos nutricionais. No entanto, o impacto na saúde mental de alguém que resolve cortar o esse alimento porque acredita que leite é inflamatório, pode ser grande.

Não há porque passar por um estresse desnecessário. Há casos, sim, que retirar os laticínios da alimentação pode ser benéfico, mas é importante que haja uma avaliação e acompanhamento com profissionais competentes.

As pessoas com intolerância à lactose, por exemplo, podem consumir leite e derivados sem lactose que estão disponíveis no mercado ou usar suplementos de lactase. Além disso, muitas pessoas intolerantes beneficiam-se apenas de um consumo moderado, pois a microbiota intestinal, mesmo em casos de intolerância, tolera e se nutre da lactose. 

Já no caso de alergias, acontece uma reação imunológica à proteína do leite, o que é uma situação mais grave e é necessário realmente excluir os laticínios da alimentação. Isso é comum em crianças, mas geralmente após um tempo da exclusão é possível voltar a tomar leite sem prejuízos.

Nos casos em que o leite realmente deve ser evitado, pode-se consumir leites vegetais como substitutos. Porém, é importante sempre pensar no prazer da alimentação e se a pessoa realmente gosta do sabor desses alimentos. Muita gente também busca o leite de cabra, mas esse leite é muito semelhante ao leite de vaca e não é uma solução segura.

Lembre-se que a inflamação que pode ser provocada pelo leite e seus derivados não funciona da mesma maneira para todas as pessoas. Portanto, se você apresenta desconfortos gastrointestinais e suspeita de ter sensibilidade, antes de tudo, busque profissionais de saúde, como médico e nutricionista, para avaliar essa questão e buscar alternativas e uma alimentação adequada para o seu caso.

Se você não percebe nenhum desconforto ao consumir leite e derivados e não está no grupo específico de pessoas que com sensibilidade aos componentes desse alimento, esqueça o mito de que leite é inflamatório, deixe as restrições alimentares e modismos de lado e busque uma relação de paz com a comida, buscando um estilo de vida mais saudável, incluindo um maior consumo de comida fresca e caseira.

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Referências

BORDONI, Alessandra et al. Dairy products and inflammation: A review of the clinical evidence. Crit Rev Food Sci Nutr., v. 57, n. 12, p. 2497-2525, 2017.

DERAM, Sophie. Pare de engolir mitos. 1. ed. – Rio de Janeiro : Sextante, 2024.

ULVEN, Stine M. et al. Milk and dairy product consumption and inflammatory biomarkers: an updated systematic review of randomized clinical trials. Advances in nutrition, v. 10, p. S239-S250, 2019.

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