Chocolate dá espinhas mesmo?
Você também já ouviu falar que comer chocolate causa espinha? É difícil dizer exatamente de onde surgiu a ideia de que chocolate e acne estão relacionados. Mas é algo tão comum que se tornou quase uma “verdade popular”, especialmente entre adolescentes, que frequentemente enfrentam os desafios da acne nessa fase da vida.
Mas será que existe fundamento científico por trás dessa ideia ou é apenas mais um mito alimentar?
Muitas pessoas carregam essa dúvida, evitando o chocolate (e até mesmo demonizando esse alimento tão gostoso) com receio de prejudicar a saúde da pele. No entanto, para desvendar essa questão, é preciso olhar para as evidências científicas e compreender os fatores que realmente influenciam o surgimento da acne.
Aqui, vamos explorar a relação entre chocolate e espinhas, analisar o que a ciência tem a dizer sobre isso e desmistificar de uma vez por todas essa crença.
Então, se você também quer saber se chocolate dá espinha, vem comigo!
Chocolate causa espinhas de verdade? Veja o que a ciência diz
A acne é uma condição de pele bastante comum, que acomete principalmente adolescentes e adultos jovens. Ela surge quando os folículos pilosos, que são estruturas da pele, ficam obstruídos. Essa obstrução ocorre devido ao acúmulo de células mortas e sebo, uma substância oleosa que desempenha o papel de proteger a pele contra o ressecamento. Uma alta produção de sebo pelas glândulas sebáceas pode contribuir para a acne.
Essa obstrução pode resultar em lesões inflamatórias, popularmente conhecidas como espinhas. Embora as espinhas sejam mais frequentes no rosto, elas também podem surgir nas costas, no peito e nos ombros.
Muitos fatores podem estar envolvidos no desenvolvimento da acne, como predisposição genética, alterações hormonais, medicamentos e até higiene.
Talvez pelo fato de um chocolate ser um alimento que contém gordura em sua composição, tenha surgido a ideia de que chocolate causa espinha. Mas o que a ciência tem falado sobre isso?
Até o momento, não existem evidências científicas conclusivas que comprovem uma ligação direta entre chocolate e acne.
Alguns estudos até afirmam categoricamente não haver qualquer relação entre esses dois fatores, mas muitas dessas pesquisas carecem de credibilidade, pois são financiadas por fabricantes de chocolates, o que pode comprometer a imparcialidade dos resultados, indicando conflito de interesses.
De todo modo, o que a ciência tem mostrado é que o consumo de chocolate em excesso pode contribuir para alterações na pele, aumentando a oleosidade e, como consequência disso, a acne, em algumas pessoas.
Isso ocorre porque alimentos ricos em açúcar e gordura podem aumentar a produção de sebo, favorecendo a oleosidade da pele. Essa condição, em pessoas com predisposição, pode agravar a acne. Contudo, é importante ressaltar que esse efeito não é uma regra e varia de pessoa para pessoa.
Assim, enquanto algumas pessoas podem consumir chocolate sem qualquer impacto na saúde da pele, outras, especialmente aquelas com tendência à acne, podem perceber um aumento nas lesões ao exagerar no consumo.
Portanto, o chocolate em si não pode ser considerado o vilão absoluto da acne, mas o consumo excessivo pode ser um fator de risco em determinados casos. A melhor forma de lidar com isso é observar como o corpo reage e buscar a orientação de profissionais, como nutricionistas e dermatologistas, que podem avaliar cada caso de forma individualizada.
Então, precisa cortar o chocolate?
Se uma pessoa foi avaliada por dermatologistas e outros profissionais de saúde e percebe que o chocolate dá espinha nela, aumentando a produção de sebo e quantidade de acne, não quer dizer que ela precise cortar esse alimento, que representa prazer e celebração e, infelizmente, tem sido tão associado a esse problema que afeta a autoestima de tanto gente.
É importante que pessoas com maior sensibilidade ao chocolate mantenham um consumo moderado (uma recomendação válida para todos), pois como mencionado anteriormente, o principal problema é o consumo excessivo. Além disso, é possível experimentar outras variedades de chocolate, mas não é necessário eliminar o doce completamente.
A questão não está no chocolate em si, mas na maneira como nos relacionamos com ele, ou seja, no comportamento alimentar. É comum que o chocolate seja utilizado como uma forma de lidar com emoções como ansiedade, tristeza ou tédio, criando uma conexão emocional com esse alimento, que, para a maioria das pessoas, é fonte de prazer.
Essa relação pode levar ao consumo excessivo de chocolate, o que, em pessoas com sensibilidade, pode contribuir para o desenvolvimento de acne. Além disso, esse comportamento pode ser um indicativo de comer emocional, quando utilizamos o alimento como forma de lidar com nossas emoções.
Restringir um alimento pode intensificar o comer emocional, aumentando as chances de exagero quando a pessoa eventualmente tem acesso a ele e não consegue resistir. Além disso, restrições alimentares podem contribuir para o desenvolvimento de transtornos alimentares, prejudicando a relação saudável com a comida.
Lembro de uma paciente jovem, de apenas 13 anos, que inicialmente não tinha o desejo de emagrecer, mas queria melhorar a aparência da pele. Acreditando no mito de que chocolate causa espinha, decidiu cortar esse alimento completamente da alimentação. Com o tempo, começou a se preocupar excessivamente com o que comia, ampliou as restrições alimentares, perdeu peso e acabou desenvolvendo um quadro de anorexia nervosa.
Esse exemplo reforça a importância de não demonizar alimentos, nem fazer dietas restritivas. Em vez disso, é essencial comer de tudo, consumir mais comida fresca e caseira e cultivar uma relação de paz com a comida.
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A minha missão é te ajudar a fazer as pazes com a comida e corpo, a identificar o seu comportamento e relacionamento diante da comida. Para que, enfim, você possa encarar a alimentação como algo prazeroso, sem estresses e muito menos culpa.
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Referência
DERAM, Sophie. Pare de engolir mitos. 1. ed. – Rio de Janeiro : Sextante, 2024.