A chegada de uma criança traz uma série de novas experiências e a introdução alimentar é uma dessas fases cheia de aprendizados para o bebê e para a família. Muitos pais e mães têm dúvidas sobre quais alimentos devem estar presentes no início da alimentação complementar do bebê.
Há algum tempo, recomendar frutas para iniciar a alimentação do bebê era muito comum.
Atualmente, o entendimento é que não existe grupo alimentar correto para dar início à alimentação complementar.
Você tanto pode optar por começar pela refeição principal quanto pelas frutinhas!
Porém, nesse período da vida, a tendência é que as crianças prefiram sabores mais adocicados. Sendo assim, iniciar a alimentação complementar pelas frutas pode contribuir para que a refeição principal (que possui sabores mais neutros), demore mais a ser aceita pelo bebê.
Mas independente de que grupo de alimentos você escolha para começar a introdução alimentar do seu bebê, em algum momento a fruta vai passar a ser oferecida, não é mesmo?
Então vamos a algumas dicas.
Frutas para iniciar a alimentação do bebê: 9 dicas
1) Aposte na variedade
Quanto mais diversificada for a alimentação do bebê, mais variedade de nutrientes ele estará consumindo. Contudo, com a correria em que pais e mães vivem nos grandes centros urbanos, nem sempre sobra tempo para pensar em uma lista de compras diversificada. E aí o que poderia ser uma grande oportunidade de experimentação para o bebê, acaba se tornando algo monótono e repetitivo.
Claro que você não precisa seguir nenhum manual de instruções, nem entender de tabela nutricional para escolher as frutas para iniciar a alimentação do bebê, mas é importante estar atento para que você consiga oferecer uma boa variedade, e, assim, contribuir para sua boa nutrição.
2) Respeite a época
As frutas da estação são as mais interessantes do ponto de vista nutricional, porque estão mais frescas, cresceram de forma mais natural e até mesmo financeiramente falando são mais atrativas – no período de safra o valor é mais justo!
Hoje em dia há tanta informação disponível, que a confusão com relação à alimentação dos pequenos é totalmente compreensível. A importância da simplicidade na hora de comer é fundamental – tudo que é natural e fresco é mais apropriado, não só para os filhos, mas para os pais também!
3) Respeite o regional
A mesma regra vale para o aspecto regional. Se você está em busca de frutas para iniciar a alimentação do bebê, não precisa ficar tão preocupado em tentar comprar coisas que não estão acessíveis na sua cidade.
A diversidade nutricional é importante, mas a alimentação do bebê deve respeitar o hábito alimentar da família. Priorize o que foi produzido localmente – as chances de conseguir algo mais fresco, nutritivo e saboroso são muito maiores!
As frutas para iniciar a alimentação do bebê podem ser aliadas na qualidade alimentar da casa inteira. Às vezes, a chegada de uma criança motiva os adultos a investirem mais em alimentos in natura e em comida caseira, que na verdade são ferramentas poderosas na prevenção de diversas doenças e do risco de obesidade.
4) O que oferecer?
Não existe fruta contra indicada! Antigamente, acreditava-se que alguns tipos de frutas não eram recomendados (como kiwi, e abacaxi, e morango, por exemplo). Mas hoje em dia já sabemos que é possível oferecer qualquer espécie de fruta para iniciar a alimentação do bebê.
Isso mesmo!
A partir do sexto mês de vida, o bebê já tem preparo fisiológico e neurológico para aceitar alimentos além do leite materno, o que permite que ele esteja apto a experimentar qualquer tipo de fruta.
5) Como oferecer?
Após os seis meses, o pai ou a mãe podem oferecer frutas amassadas ou raspadas, levando até a boca do bebê com a colher.
Quando os dentinhos começarem a aparecer, elas podem ser oferecidas em pedaços (seguindo os modelos de corte da abordagem BLW, que falaremos em outro artigo), ou até mesmo inteiras.
É importante tirar os caroços para evitar engasgos. Mas frutas com sementes muito pequenininhas como banana, Pitaya e Kiwi não precisam ser retiradas!
6) Não precisa liquidificar
A frutinha não precisa ser liquidificada nem peneirada, porque o ideal é que o bebê sinta a textura particular de cada alimento – isso estimula a mastigação, que por sua vez, se inicia mesmo antes do nascimento dos dentes.
7) Não precisa adoçar!
Todos nós nascemos com um paladar mais aguçado para o doce. Sendo assim, não é recomendado superestimular esse sabor nos dois primeiros anos de vida do bebê.
Além disso, é importante que o bebê tenha a oportunidade de conhecer e identificar o sabor natural dos alimentos. A dica é oferecer frutas maduras, que estão mais docinhas e vão facilitar a aceitação do bebê.
8) Suco não é a mesma coisa que fruta
Muitas mães e pais pensam que dar um copo de suco no lugar de fruta é a mesma coisa.
Mas isso não é verdade!
Inclusive, a American Academy of Pediatrics (AAP) desencoraja o consumo de sucos antes dos 12 meses de idade, e reforça que este hábito aumenta o risco de problemas dentários e de obesidade.
Os de caixinha são ainda menos interessantes do ponto de vista nutricional, porque a maioria contêm uma quantidade muito grande de açúcar e pouco – ou quase nada – de fruta. E mesmo os que são vendidos como “néctar”, ou como “naturais”, muitas vezes concentram um teor muito grande de frutose (o açúcar da fruta).
Para hidratar a criança, a melhor bebida é água pura!
Além disso, a melhor coisa que você pode fazer ao buscar frutas para iniciar a alimentação do bebê é oferecê-las in natura, porque nessa forma elas mantêm as fibras e nutrientes que são perdidos quando se faz um suco.
9) Insista, persista e não desista!
É normal ter dificuldades na hora de escolher os alimentos que vão compor a alimentação dos nossos filhos, afinal, nós sempre queremos o melhor pra eles né?
Não desanime na primeira recusa ao oferecer frutas para iniciar a alimentação do bebê! Lembre-se que tudo é novo para a criança e, enquanto algumas são super abertas a novos sabores, outras são mais exigentes.
Por fim, tenha paciência e repita várias vezes até que ele comece a aceitar com mais facilidade um número maior de opções. Foque no longo prazo: lembre-se que esse esforço inicial será fundamental para um desenvolvimento adequado e para uma infância saudável e feliz.
Aprenda mais sobre Introdução Alimentar
Aproveitando que estamos falando sobre alimentação infantil, deixo aqui também a indicação do curso online Introdução Alimentar no Método Sophie, criado por mim, Sophie Deram, nutricionista e autora aqui do blog, em parceria com a nutricionista materno infantil Gabriella Villas Bôas.
Eu sou mãe de quatro filhos e criei esse curso com o intuito de ajudar milhares de mães e pais de família que buscam uma alimentação equilibrada e fácil de levar no dia a dia.
São seis módulos online, que você pode assistir quando estiver indo para o trabalho ou na academia, e que vão te ajudar a repensar a alimentação como uma parceira na sua vida e não uma vilã que só te estressa.
Quer saber mais sobre o programa? Clique aqui e saiba mais sobre o curso online Introdução Alimentar no Método Sophie.
Se você gostou dessa leitura, provavelmente vai gostar destas aqui que separei para você:
2 Comentários. Deixe novo
Quando a mãe tem de voltar ao trabalho e não possui leite suficiente pra extração manual, ela pode iniciar a introdução alimentar antes dos 6 meses? Continuando claro com a amamentação. Quais os alimentos recomendados? Frutas ou papinhas salgadas? A laranja Lima, se não posso oferecer em suco, como ofereço? Frutas cítricas fazem mal ao estômago do bebê?
Olá Bruna, como vai?
O ideal é que você procure um profissional de saúde especializado. Em uma consulta presencial ele poderá te orientar e tirar todas suas dúvidas, assim você ficará mais tranquila. 😉
Um abraço, querida.
Nathália – Equipe Sophie