Quando falamos em gordura automaticamente já associamos a algo ruim, não é mesmo? Há anos, ouvimos que para emagrecer é preciso “cortar as gorduras da alimentação”, que as pessoas estão com “excesso de gordura”, que “gordura faz mal para o coração”. Com tanta informação circulando a respeito, é normal querer evitar os alimentos ricos em gordura.
Mas, acredite, a gordura é crucial na nossa alimentação. Para entender melhor os benefícios dos alimentos ricos em gordura, precisamos compreender quais são as funções desse nutriente no nosso corpo e de onde surgiu esse receio.
O homem das cavernas e a importância da gordura
A gordura é indispensável no nosso organismo. Ela está presente em diversos processos no nosso corpo. Constitui desde a membrana da célula até hormônios. Funciona como uma barreira física para choques mecânicos, auxilia no isolamento térmico, e também é uma importante reserva de energia.
Graças a essa reserva de energia, o nosso antepassado, o homem das cavernas, conseguiu sobreviver à fome e dificuldades . Ainda não existia agricultura, a oferta do alimento era sazonal e caçar demandava muito trabalho, ou seja, o corpo necessitava de uma reserva extra para suportar períodos sem comida. Essa forma de adaptação ficou presente no nosso sistema de sobrevivência e foi primordial para a nossa evolução.
Comida caseira e os alimentos ricos em gordura
Pulando para um passado não tão distante quanto o paleolítico, houve um tempo em que ser mais “gordinho” era sinal de saúde. Ser “muito magro” estava associado à saúde frágil, baixa imunidade. Comida boa e saudável tinha que ter gordura, e ninguém tinha medo de cozinhar com banha de porco. Era a época dos nossos avós. As pessoas comiam até se sentirem satisfeitas, sem preocupações com calorias e respeitando a fome.
Oleaginosas (castanhas, amêndoas), carnes (boi, frango e peixe), sementes (girassol, linhaça, chia), azeite, abacate, leite e derivados são exemplos de alimentos ricos em gordura. A gordura encontrada na natureza “conversa” melhor com o nosso corpo, e também traz consigo vitaminas lipossolúveis. Mas isso não quer dizer que devemos sair por aí comendo apenas gordura, pois precisamos de outros nutrientes tão essenciais quanto esse. Tudo na moderação!
Gordura vilã e a indústria
Dos anos 70 em diante, iniciou-se o culto ao corpo magro. A gordura, por sua vez, virou o terror de quem queria fazer dieta. Alguns estudos contribuíram com a derrocada da coitada da gordura, indicando que alimentos ricos em gordura saturada poderiam causar entupimento das artérias e problemas cardíacos. “Manteiga, não pode! Banha de porco de jeito nenhum.” era o discurso mais usual – hoje já sabemos que não é bem assim.
Assim, surgiram os produtos que são “livres de gordura” ou “light”. Esses produtos geralmente têm mais açúcares e espessantes para compensar o sabor e a textura. Portanto, cuidado! Você pode estar trocando gato por lebre.
A gordura aumenta a saciedade, consequentemente, restringir esse nutriente para emagrecer pode iniciar uma busca por mais comida. Essa restrição também pode despertar no nosso organismo o período do homem das cavernas, que falei acima. O cérebro irá compreender que precisa poupar mais energia, pois o nutriente está escasso, e o metabolismo diminui. Dessa forma, não considero que restringir alimentos ricos em gorduras é a melhor maneira de emagrecer.
Hoje: gordura boa e gordura ruim
O papo mais atual é a categorização da gordura, como boa ou má. Gorduras boas seriam todas as de origem vegetal (monoinsaturadas e poliinsaturadas), e as gorduras más seriam as de origem animal (saturadas).
Não existem alimentos bons ou ruins. Já sabemos hoje que a gordura de origem animal não faz o mal que alguns estudos relataram no passado, desde que consumida de forma moderada. Atrelado a esse discurso, também surgiu um novo padrão corporal, a ideia hoje é ter um corpo fitness. O corpo deve ser magro e “definido”, ter percentual baixo de gordura corporal e mais músculos. É preciso ter cautela com os extremismos. Como falei no início do texto, precisamos da gordura para sobreviver. Fica claro que sem a gordura o suficiente o nosso corpo não funciona corretamente, ou seja, não temos um corpo saudável.
O mais importante é parar para pensar sobre os alimentos que fazem parte da nossa rotina. Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, a nossa alimentação deve ser baseada em alimentos in natura.
Em suma, para consumir os alimentos ricos em gordura de maneira saudável, lembre-se que qualidade, variedade e equilíbrio são fundamentais. Considere sempre sua rotina, e organize-se para garantir que toda refeição seja realizada da melhor maneira possível. Ter saúde inclui comer bem, com prazer e com gordura!
Agora que já explicamos melhor sobre os alimentos ricos em gordura, aproveite para ler:
2 Comentários. Deixe novo
Obrigado por tão eloquente trabalho.
Boa continuação
Carlos Casalinho
Oi !
Muito obrigada pela ajuda feita livremente em nutrição.
Se eu poder dar um retorno. Te Dou Tudo De Bom.
Pois a Senhora não perde nada na nutrição.
Eu amei !!
??????????????????????????????????????☕?.
Dieta alimentar, específico para cada tipo humano.
Te amo????????????? .